Dr. Ricardo Carvalho, do BP Mirante, comenta sobre alguns dos estudos mais relevantes da ASCO-GI - Oncologia Brasil

Dr. Ricardo Carvalho, do BP Mirante, comenta sobre alguns dos estudos mais relevantes da ASCO-GI

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Dr. Ricardo Carvalho, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, comenta sobre alguns dos principais trabalhos apresentados na ASCO – GI este mês em São Francisco.

Ele destaca os resultados de fase III do estudo japonês de neoadjuvância em câncer de pâncreas: pacientes foram randomizados para quimioterapia neoadjuvante com gemcitabina mais S1 seguida de cirurgia e tratamento adjuvante versus cirurgia mais tratamento adjuvante com S1. Em 400 pacientes, o uso da neoadjuvância resultou em ganho de sobrevida global de 10 meses (HR 0,72 ou redução de 28% do risco de morte): SG mediana de 36,7 meses nos pacientes submetidos à neoadjuvância e 26,7 meses nos pacientes operados de início. Críticas ao estudo incluem o fato de S1 não ser mais o tratamento adjuvante padrão, e sim Folfirinox – porém os dados apontam para o potencial aumento de cura destes pacientes com esquemas de neoadjuvância.

Outro estudo relevante foi o COLO-PEC, que avaliou quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC) adjuvante em câncer de cólon de alto risco para recidiva peritoneal. O estudo comparou cirurgia mais adjuvância com oxaliplatina versus cirurgia seguida de HIPEC e então adjuvância com oxaliplatina, e não mostrou benefício da HIPEC em sobrevida livre de metástases peritoneais. Portanto, o uso de HIPEC adjuvante não deve ser indicado nestes casos.

Por último, o estudo fase III francês GRECCAR-6 trouxe atualizações; o estudo avaliou a influência do tempo decorrido entre a finalização da quimioradioterapia e a cirurgia em pacientes com câncer de reto. O estudo comparou pacientes que aguardaram 7 semanas ou 11 semanas para cirurgia (resseção total do mesoreto) e demonstrou que aguardar 11 semanas não aumentou a taxa de resposta patológica completa versus a cirurgia em 7 semanas; endpoints secundários também não apontaram diferenças. Desta forma, aguardar 11 semanas entre finalização da quimio-radioterapia e a cirurgia não teve impacto nas taxas de resposta patológica completa.

 

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