Dr Fábio Kater comenta sobre o estudo de Fase 3 NIAGARA que apontou Benefícios Significativos na Sobrevida Livre de Eventos e Sobrevida Global
O tratamento de pacientes elegíveis para cisplatina com câncer de bexiga músculo-invasivo (MIBC) normalmente inclui quimioterapia neoadjuvante (NAC) seguida de cistectomia radical (RC). Neste contexto, o estudo NIAGARA investigou a eficácia do uso de durvalumabe (D) em combinação com NAC e RC, seguido de durvalumabe como terapia adjuvante, em comparação com a NAC seguida apenas da cirurgia.
Nesse contexto, o ensaio clínico de fase 3, multicêntrico e aberto, NIAGARA, incluiu pacientes elegíveis para cisplatina com MIBC (cT2-T4aN0/1M0) planejados para RC. Os pacientes foram randomizados (1:1) para receber durvalumabe (1500 mg IV a cada 3 semanas) em combinação com NAC (cisplatina + gemcitabina) por 4 ciclos, seguido de RC e durvalumabe como monoterapia adjuvante (1500 mg IV a cada 4 semanas por 8 ciclos) no braço experimental (D), ou NAC seguida de RC sem tratamento adicional no braço comparador. Os principais desfechos avaliados foram sobrevida livre de eventos (EFS) e resposta patológica completa (pCR), com sobrevida global (OS) como desfecho secundário.
Foram randomizados 1063 pacientes (533 no braço D e 530 no braço comparador). Após um acompanhamento mediano de 42,3 meses, os resultados mostraram uma melhora significativa na EFS e OS no braço D em comparação ao braço com NAC isolada. A EFS teve um hazard ratio de 0,68 (IC 95% 0,56–0,82; p<0,0001), enquanto a OS apresentou HR de 0,75 (IC 95% 0,59–0,93; p=0,0106). A cistectomia radical foi realizada em 88% dos pacientes do braço D e em 83% do braço comparador. Entre os pacientes que passaram pela cirurgia, 82% iniciaram a terapia adjuvante com durvalumabe.
Os eventos adversos de Grau 3/4 relacionados ao tratamento ocorreram em 41% dos pacientes de ambos os grupos, e a taxa de descontinuação do tratamento neoadjuvante devido a eventos adversos foi de 15% em cada braço. Apenas 0,6% dos pacientes em ambos os braços apresentaram óbitos relacionados ao tratamento.
A adição de durvalumabe ao tratamento perioperatório, combinado com NAC, demonstrou uma melhora estatisticamente significativa e clinicamente relevante na sobrevida livre de eventos e na sobrevida global em comparação com a quimioterapia isolada em pacientes com câncer de bexiga músculo-invasivo. Importante destacar que o uso de durvalumabe não comprometeu a realização da cistectomia radical, e o perfil de segurança foi consistente com os tratamentos já conhecidos. Esses resultados reforçam o potencial do durvalumabe em melhorar o prognóstico de pacientes com MIBC.
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