Estudo aberto de fase 2 INITIAL-1 avalia eficácia e segurança do inotuzumabe ozogamicina em leucemia linfoblástica aguda - Oncologia Brasil

Estudo aberto de fase 2 INITIAL-1 avalia eficácia e segurança do inotuzumabe ozogamicina em leucemia linfoblástica aguda

3 min. de leitura

A substituição da quimioterapia de indução convencional por inotuzumabe ozogamicina é viável e resulta em taxas de remissão promissoras com diminuição do risco de morbidade e letalidade precoces 

 

Os dados do INICIAL-1, um estudo aberto de fase 2 do Grupo Alemão de Estudos Multicêntricos sobre Leucemia Linfoblástica Aguda em Adultos (GMALL), envolvendo pacientes com leucemia linfoblástica aguda (LLA) foram apresentados no 62º Congresso Anual da ASH. 

A LLA representa cerca de 5% de todas as leucemias recém-diagnosticadas em pacientes entre 55 e 70 anos de idade. Apesar dos recentes avanços, especialmente em pacientes mais jovens, o prognóstico de indivíduos mais velhos ainda é um desafio, mesmo após quimioterapia moderadamente intensiva, uma vez que a intensificação da dose do tratamento de indução muitas vezes não é uma opção justificável devido ao aumento das taxas de toxicidade e infecção nesses pacientes, o que requer novas opções de tratamento. 

Neste estudo, eram elegíveis pacientes com idade > 55 anos com leucemia linfoblástica aguda B (LLA-B) recém-diagnosticada, com exceção do cromossomo Filadélfia, LLA positiva para BCR-ABL, linfoma de Burkitt ou leucemia aguda de fenótipo misto. Os blastos leucêmicos deveriam ter expressão de CD22 de superfície de pelo menos 20%. Nenhum tratamento prévio específico para LLA era permitido, com exceção de corticosteroides e/ou vincristina em dose única e/ou até 3 doses de ciclofosfamida (ciclof). 

O primeiro ciclo de indução consistia em inotuzumabe ozogamicina (InO) 0,8 mg/m² no dia 1 e 0,5 mg/m² nos dias 8 e 15, juntamente com dexametasona 10 mg/m² (dias 7-8 e dias 14-17) e 1 injeção intratecal de metotrexato (MTX), citarabina (AraC) e dexametasona (Dexa). Os 2º e 3º ciclos de indução consistiam em InO 0,5 mg/m² nos dias 1, 8 e 15 mais injeção intratecal de MTX/AraC/Dexa. 

A avaliação da resposta foi programada após cada ciclo. Os pacientes que alcançam remissão completa recebiam 5 terapias de consolidação convencionais (3 x ID-MTX/asparaginase; 2 x ID-AraC) e uma terapia de reindução (idarrubicina/AraC/ciclof/Dexa) em combinação com rituximabe (para LLA CD20+), seguida por uma terapia de manutenção com 6-mercaptopurina/MTX. 

desfecho primário foi sobrevida livre de eventos (SLE) em 12 meses de acompanhamento, considerando evento qualquer um dos seguintes: blastos de medula óssea persistentes após 2 ciclos de InO, recidiva ou morte. Uma taxa de eventos ≤ 40% em 12 meses de acompanhamento qualificaria o tratamento experimental como muito promissor para testes adicionais. Sob a suposição de erro tipo I unilateral de 5% e poder de 80%, 42 pacientes avaliáveis ​​foram necessários para a análise do desfecho primário. 

Em julho de 2020, 31 pacientes foram incluídos, com resultados de indução disponíveis para 29 deles. A idade média no diagnóstico inicial foi de 64 anos. Vinte e cinco pacientes foram diagnosticados com leucemia linfoblástica comum e 4 com leucemia linfoblástica pró-B. A expressão média de CD22 em blastos leucêmicos foi de 70%. Devido à suspeita de toxicidades hepáticas relacionadas à terapia, 1 paciente recebeu 1 ciclo de indução e 1 paciente 2 ciclos (ambos estavam em remissão após a 1ª indução). Todos os outros pacientes completaram a terapia de indução e alcançaram remissão completa (RC/RCi) principalmente após a primeira indução. 

Os resultados da doença residual mínima (DRM) medidos por PCR estão disponíveis para 23 pacientes, com 17 sendo negativos para DRM após a indução. Até agora, foram relatados 4 eventos (2 mortes em remissão; 1 LLA recidivada no  ano de tratamento; 1 doença recidivada no  ano). Com um acompanhamento médio de 242 dias, a probabilidade de sobrevida global em 1 ano foi de 82,4%. Dois pacientes receberam um transplante alogênico de células hematopoiéticas na 1ª remissão em curso. 

No que diz respeito aos eventos adversos (EAs) durante a terapia de indução 1, 2 e 3, os mais comuns foram leucocitopenia (em 64%, 33% e 13%, respectivamente), anemia (54%, 28%, 13%), trombocitopenia (68%, 17%, 26%) e elevação das enzimas hepáticas (31%, 22%, 20%). 

Os autores concluem que a substituição da quimioterapia de indução convencional por InO é viável, resulta em taxas de remissão promissoras e pode reduzir o risco de morbidade e letalidade precoces, particularmente em pacientes mais velhos com leucemia linfoblástica aguda B. 

 

Referência: 

Stelljes M, et alFirst Results of an Open Label Phase II Study to Evaluate the Efficacy and Safety of Inotuzumab Ozogamicin for Induction Therapy Followed By a Conventional Chemotherapy Based Consolidation and Maintenance Therapy in Patients Aged 56 Years and Older with Acute Lymphoblastic Leukemia (INITIAL-1 trial). Abstract 267. Presented at: 62nd ASH Annual Meeting and Exposition, 2020.  

 

 

Aviso Legal: Todo conteúdo deste portal foi desenvolvido e será constantemente atualizado pela Oncologia Brasil, de forma independente e autônoma, sem qualquer interferência das empresas patrocinadoras e sem que haja qualquer obrigação de seus profissionais em relação a recomendação ou prescrição de produtos de uma das empresas. As informações disponibilizadas neste portal não substituem o relacionamento do(a) internauta com o(a) médico(a). Consulte sempre seu médico(a)! 

© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou tratamentos.

Veja mais informações em nosso Aviso Legal

Conteúdo restrito para médicos, entre ou crie sua conta gratuitamente

Faça login

Crie sua conta

Apenas médicos podem criar contas, insira abaixo seu CRM e Estado do CRM para validação