Comparativamente ao placebo, Durvalumabe administrado após a quimiorradioterapia prolongou significativamente a sobrevida global e sobrevida livre de progressão
O câncer de pulmão de pequenas células (CPPC) representa de 13-15% dos novos casos diagnosticados de câncer de pulmão, sendo o subtipo mais agressivo. Desses, 1/3 dos pacientes apresentam estadiamento limitado, onde a terapia padrão com intenção curativa é a quimiorradioterapia seguida pela irradiação craniana profilática, quando indicada. Nesse regime, a maioria dos indivíduos experienciam recidiva, sendo a mediana de sobrevida global de 25-30 meses, com taxa de sobrevida global em 5 anos de 31-34%.
Após estudos demonstrando que a combinação de anti-PD-1/anti-PD-L1 com quimioterapia à base de platina estendeu a mediana de sobrevida global para mais de 12 meses em pacientes com CPPC com estadiamento extensivo, avaliar a eficácia e segurança desse regime no contexto do CPPC em estadiamento limitado, tornou-se o alvo do estudo de fase III ADRIATIC. Portanto, o estudo incluiu pacientes com CPPC em estadiamento limitado e que não progrediram após a quimiorradioterapia. A randomização ocorreu 1:1:1 em três braços: 1) Durvalumabe (anti-PD-L1) monoterapia; 2) Durvalumabe + Tremelimumabe (anti-CTLA-4); 3) Placebo.
Na ASCO 2024, David Spigel apresenta os resultados da primeira análise interina, comparando Durvalumabe (D; n=264) vs. Placebo (P; n=266), tendo como desfecho primário a avaliação da sobrevida global (SG) e sobrevida livre de progressão (SLP). A SG foi significativamente prolongada em pacientes que receberam Durvalumabe, com uma redução de 27% no risco de óbito (HR =0,73; 95%CI: 0,57-0,93), com mediana de 55,9 meses em D e 33,4 meses em P, com taxa de SG em 36 meses 56,5% vs. 47,6%, respectivamente. A SLP também foi prolongada no braço tratado com o imunoterápico, de modo que Durvalumabe reduziu em 24% o risco de progressão ou óbito (HR =0,76; 95%CI: 0,61-0,95), com medianas de 16,6 meses e 9,2 meses em D vs. P, com taxa de sobrevida livre de progressão em 24 meses de 46,2% e 34,2%, respectivamente.
O Durvalumabe demonstrou ser bem tolerável, com eventos adversos G3 ou superior em 24,3% comparado a 24,2% do grupo placebo, sendo que toxicidades que demandaram descontinuação do tratamento foram reportadas em 16,3% vs. 10,6%, respectivamente, e óbitos reportados em 2,7% e 1,9%
Os resultados da primeira análise interinam demonstram o potencial de Durvalumabe em prolongar significativamente a sobrevida global e livre de progressão em pacientes com CPPC em estadiamento limitado, despontando como uma importante opção de consolidação passível de ocupar o standard-of-care para esse perfil de pacientes que não progrediram após quimiorradioterapia.
Referências:
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.