Neste vídeo, Dr. Carlos Teixeira, Médico Oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, comenta os dados do estudo AEGEAN apresentados durante o Congresso da European Society for Medical Oncology – ESMO ® 2023. Os resultados mostram que durvalumabe ofereceu melhor clearance do DNA tumoral circulante que se associou à melhores taxas de resposta patológica completa e “resposta patológica major”. Confira o conteúdo na íntegra!
O tratamento do câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) em estadiamentos iniciais (l-IIIA) é, atualmente, baseado na cirurgia curativa quando a ressecção é viável. Ainda que seja a abordagem de escolha o prognóstico desses pacientes é ruim, com taxas de sobrevida em 5 anos variando de 61,7% a 43%. Diante desse cenário, uma das alternativas estudadas é a adição de terapias neoadjuvantes ou adjuvantes ao regime.
A fim de atender à essa necessidade clínica, o estudo clínico de fase III, AEGEAN, avaliou se a adição de durvalumabe (anti-PD-L1) combinado à quimioterapia neoadjuvante, seguido de cirurgia de ressecção e por fim durvalumabe adjuvante em monoterapia – aumentaria a taxa de resposta patológica completa e demais desfechos clínicos quando comparado ao mesmo esquema com placebo. Resultados anteriores do estudo (2023) demonstraram que durvalumabe aumentou significativamente as taxas de resposta patológica completa (pCR: 17,2% vs. 4,3%) e prolongou significativamente a sobrevida livre de eventos, reduzindo em 32% o risco de desenvolvimento de algum evento.
Seguindo em uma análise exploratória desse estudo, Martin Reck e demais investigadores apresentam na ESMO Congress 2023 as análises de DNA tumoral circulante (ctDNA), associando o clearance de ctDNA com pCR ou melhor resposta patológica (MPR). Foram analisadas 831 amostras de 186 pacientes (durvalumabe, n=90; Placebo, n=96).
Após cada ciclo de terapia neoadjuvante maiores taxas de clearance de ctDNA foram observadas no braço durvalumabe antes da cirurgia (66% vs. 41%). Adicionalmente, pacientes que alcançaram clearance até o ciclo 2 apresentaram maiores taxas de pCR (durvalumabe = 50,0% vs. 15,1%; Placebo = 14,3% vs. 3,1%) e de MPR (durvalumabe = 66,7% vs. 35,8%; Placebo = 38,1% vs. 12,5%). Por fim, todos aqueles pacientes ctDNA+ ao baseline atingiram pCR e mais de 90% dos que alcançaram MRP atingiram clearance até o 4º ciclo.
Os resultados das análises exploratórias demonstram melhor clearance de ctDNA em pacientes tratados com durvalumabe, além de estabelecer a associação entre o clearance com melhores pCR e MPR, destacando o DNA tumoral circulante como um biomarcador em potencial para avaliação de resposta precoce ao durvalumabe em CPNP estadiamentos II-IIIB.
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