Muitos estudos sugeriram a relevância clínica do monitoramento de células tumorais circulantes (CTC) na avaliação de resposta ao tratamento de pacientes com câncer de mama metastático.
Um estudo apresentado no 2020 San Antonio Breast Cancer Symposium (SABCS) avaliou, em uma mediana de 29 dias após o início do tratamento, o poder preditivo das CTCs quanto à sobrevida global (SG) em diferentes subtipos de câncer de mama.
Para isso, os pesquisadores examinaram publicações revisadas por pares sobre CTC em série, incluindo tanto o baseline quanto pelo menos uma amostra de acompanhamento em pacientes com câncer de mama avançado.
Apenas os ensaios que utilizaram o CellSearch Circulating Tumor Cell test foram incluídos, pois este é o primeiro e único sistema clinicamente validado que recebeu autorização do FDA para a identificação, isolamento e enumeração de CTCs.
Os investigadores foram solicitados a fornecer, para esta análise conjunta, dados individuais de ao menos uma avaliação do baseline de CTC e uma do acompanhamento dos pacientes, o que resultou em 4.079 registros de pacientes individuais. Esses registros vieram dos trabalhos:
Para examinar o papel das CTC em série como uma ferramenta para monitoramento de tratamento precoce, os investigadores categorizaram os pacientes por status de CTC na linha de base e acompanhamento em 4 grupos:
Os resultados mostraram que a sobrevida global (SG) mediana para pacientes que eram persistentemente negativos para CTC foi de 47,05 meses em comparação com 17,87 meses dos pacientes persistentemente positivos (HR 3,15; IC 95% 2,78-3,57; P <0,0001).
Além disso, os respondedores de CTC e os pacientes positivos para CTC no início do estudo que apresentaram negatividade de CTC no acompanhamento tiveram uma SG significativamente melhor em comparação aos que não responderam (HR 0,49; IC 95%, 0,44-0,54; P < 0.0001).
Resultados adicionais mostraram que a SG mediana no grupo CTC negativo/positivo foi de 29,67 meses (HR 1,74; IC 95%, 1,43-2,10; P <0,0001), enquanto a SG mediana no grupo CTC positivo/negativo foi de 32,20 meses (HR 1,52; IC 95%, 1,32-1,74; P <0,0001). A SG mediana e HRs desses dois grupos não diferiram significativamente.
Em pacientes com doença luminal, o hazard ratio (HR) foi de 0,47 (IC 95%, 0,41-0,54) versus 0,54 (IC 95%, 0,42-0,69) naqueles com doença HER2 positiva, versus 0,41 (IC 95%, 0,32-0,52) em pacientes com tumor triplo-negativo.
Os autores concluem que essa abordagem não invasiva pode fornecer uma vantagem sobre os métodos de imagem convencionais, pois ela revela até três meses antes as alterações que seriam detectadas por imagem.
Referência:
Janni W, Yab C, Hayes DF, et al. Clinical utility of serial circulating tumor cell (CTC) enumeration as early treatment monitoring tool in metastatic breast cancer (MBC) – a global pooled analysis with individual patient data. Presented at: 2020 San Antonio Breast Cancer Symposium; December 8-11, 2020; virtual. Abstract GS4-08.
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