Eficácia e boa tolerância do inibidor de tirosina quinase HER2 seletivo Tucatinibe em combinação com o anticorpo monoclonal anti-HER2Trastuzumabe trazem nova opção para segunda linha de tratamento de câncer de trato biliar metastático HER2+
O câncer de trato biliar (BTC) apresenta-se como uma malignidade altamente agressiva que se manifesta, na maioria dos casos, como doença metastática ou localmente avançada, onde geralmente a primeira escolha de tratamento pode incluir a administração de quimioterapia (Gemcitabina + Cisplatina) associada ou não ao imunoterápico Durvalumabe (anti-PD-L1). Ainda que com uma modesta taxa de sobrevida global de aproximadamente 12,2 meses, a parcela de pacientes que progride apresenta limitadas opções de terapias em segunda linha, demandando, uma opção terapêutica que seja bem tolerada e de boa eficácia.
Frente a essa demanda, o estudo clínico de fase II, Basket, avalia a eficácia e segurança da combinação de Tucatinibe (inibidor de tirosina quinase seletivo para HER2) + Trastuzumabe (anticorpo monoclonal anti-HER2) em pacientes com BTC metastático HER2+. O estudo, portanto, incluiu 30 pacientes, e com uma mediana de seguimento de 10,8 meses (1,5-17,1), reporta três pacientes que seguem em tratamento, 8 que estão em acompanhamento e 19 que saíram do estudo. Desta coorte, apenas um paciente interrompeu o tratamento por toxicidade, 25 pacientes descontinuaram por progressão da doença e um descontinuou por decisão própria.
Como endpoint primário do estudo, a taxa de resposta objetiva avaliada pelo investigador foi de 46,7% (90%CI: 30,8-63,0) e a taxa de controle da doença de 76,7% (90%CI: 60,6-88,5). Adicionalmente, a mediana de duração de resposta obtida foi de 6 meses (90%CI: 5,5-6,9) e a mediana de sobrevida livre de progressão (SLP) de 5,5 meses (90%CI: 3,9-8,1). Por fim, ainda avaliando a eficácia do regime proposto, na data do cutoff, 15 pacientes tinham evoluído a óbito, de modo que a taxa de sobrevida global estimada em 12 meses foi de 53,6% (90%CI: 36,8-67,8).
Com relação à segurança, as toxicidades mais comuns foram pirexia (43,3%) e diarreia (40,0%), graduadas como graves (Grau ≥3; 10% cada) e reportadas em 18 pacientes (60%), sendo elas colangite, perda de apetite e diarreia que não são, normalmente, associadas ao tratamento.
Todos os achados em conjunto demonstram não só uma eficácia considerável como uma boa tolerância da administração de Tucatinibe + Trastuzumabe em pacientes com câncer de trato biliar metastático HER2+ já tratados anteriormente.
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