Neste vídeo, o Dr. Marcos Daniel, médico hematologista do grupo NEON – Oncoclínicas e professor de Hematologia na UFES, discute os resultados do estudo clínico CAPTIVATE apresentados na conferência anual da European Hematology Association-EHA 2023®. Acesse e confira!
As Leucemias Linfocíticas Crônicas (LLC) e os Linfomas Linfocíticos de pequenas células (LLPC) compreendem neoplasias hematológicas caracterizadas pelo acúmulo de linfócitos B monoclonais no sangue, medula óssea e tecidos linfoides. Atualmente, a terapia com ibrutinibe (inibidor de BTK) é a única terapia alvo que demonstrou prolongar a sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG) em diferentes estudos. Por outro lado, outro fármaco, o venetoclax (inibidor de BCL-2), apresenta respostas prolongadas com doença residual mínima (DRM) indetectável na medula óssea de 16% dos pacientes com LLC recorrente/refratário.
Diante das duas possíveis opções terapêuticas, a possibilidade de complementariedade dos mecanismos de ação e indicativos de sinergia, o estudo clínico de fase II CAPTIVATE investiga a administração de ibrutinibe+venetoclax em primeira linha de tratamento de LLC/LLPC com duração fixa, que demonstrou em resultados anteriores uma taxa 88% de SLP em 3 anos. Neste estudo, foram incluídos 159 pacientes virgens de tratamento, que receberam 3 ciclos de ibrutinibe e 12 ciclos de ibrutinibe+venetoclax. A coorte incluiu pacientes de alto risco com IGHV não mutados (56%) ou com deleção 17p e/ou mutação em TP53 (17%).
O estudo apresentado no EHA 2023® revelou resultados do follow-up de 4 anos [mediana = 50 meses (1-53)], onde se obteve a taxa de resposta completa (RC) de 58%. A taxa de SLP foi de 79% (95% CI: 71-84) e SG de 98% (95% CI: 94-99). Embora as taxas de SLP tenham sido numericamente menores em pacientes de alto risco, as taxas de sobrevida global seguem consistentemente altas. Adicionalmente, a taxa de SLP com base na DRM 3 meses após término do tratamento foi superior em pacientes com DRM indetectável comparada a pacientes com DRM detectável no sangue (90% vs. 66%). Vale ressaltar que a mediana de tempo até o próximo tratamento não foi atingida e que a taxa em 4 anos de pacientes sem um novo tratamento foi de 84% (95% CI: 77-89).
Com relação ao re-tratamento, 19 pacientes que progrediram após completarem o regime proposto iniciaram novo tratamento com ibrutinibe, sendo a mediana de tempo em retratamento de 11 meses (0-39) e 4 pacientes direcionados para o retratamento com ibrutinibe+venetoclax. Por fim, os eventos adversos mais comuns (≥10%) foram diarreia, COVID e anemia.
Dessa forma, os resultados de 4 anos do estudo CAPTIVATE suportam a administração de ibrutinibe+venetoclax oral uma vez ao dia em regime de duração fixa em pacientes com LLC/LLPC, tendo essa terapia mantido os resultados de respostas profundas, duradouras e extensão de SLP e SG, mesmo em pacientes de alto risco.
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