Estudo de mundo real avalia o impacto do TMB e MSI na resposta à imunoterapia em pacientes com câncer gastrointestinal - Oncologia Brasil

Estudo de mundo real avalia o impacto do TMB e MSI na resposta à imunoterapia em pacientes com câncer gastrointestinal

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Autores concluíram que, apesar das recentes aprovações agnósticas, o TMB (tumor mutational burden) não é o melhor biomarcador de resposta à imunoterapia em pacientes com câncer colorretal  

 

Durante o ESMO World Congress On Gastrointestinal Cancer 2021, foi apresentado um estudo de mundo real que avaliou o impacto do TMB (tumor mutational burden) e MSI (microsatellite instability) na resposta à imunoterapia em pacientes com câncer gastrointestinal avançado que realizaram teste NGS (next generation sequencing).  

Os pacientes da Sarah Cannon network diagnosticados com câncer gastrointestinal e analisado por NGS foram identificados por meio do Genospace, a plataforma de análise clínico-genômica da Sarah Cannon. A instabilidade de microssatélites (alta [MSI-H) versus estável [MSS]) foi definida por NGS. TMB-alto (TMB-H) foi definido como ≥ 10 mutações/megabase. As estimativas de Kaplan-Meier foram usadas para estimar o tempo até a falha do tratamento (TFT), definido como o tempo desde o início da terapia até o início da próxima terapia, morte ou perda de seguimento. 

 

Resultados: 

Ao todo, foram identificados 5.788 pacientes com tumores gastrointestinais avaliados por NGS, dos quais 48% (N = 3.603) tinham câncer colorretal (CCR). A instabilidade de microssatélites foi avaliada em 4.219 (66%), TMB em 2.922 (46%) e ambos em 2.863 (45%) relatórios revisados. MSI-H e TMB-H co-ocorreram em 127 relatórios (4%); MSS/TMB-H ocorreu em 312 (11%) e MSS/TMB-Low (TMB-L) em 2.424 (85%). Em nenhum relatório observou-se MSI-H/TMB-L.  

No geral, 580 pacientes (14%) receberam imunoterapia (n = 52 MSI-H/TMB-H; n = 41 MSS/TMB-H, n = 215 MSS/TMB-L). Independentemente da linha de terapia ou do tipo de tumor, o TFT foi significativamente menor com imunoterapia versus sem (mediana TFT = 151 versus 238 dias, respectivamente, p = 3,4×10-9). Como esperado, a MSI-H foi associada a um TFT maior para imunoterapia em comparação à MSS (mediana TFT de 727 versus 124 dias, p = 3,1×10-11).  

Devido ao pequeno tamanho da amostra, as análises posteriores foram focadas em pts com câncer colorretal. O TMB-H foi independentemente associado a um TFT maior para imunoterapia em comparação ao TMB-L (mediana não alcançada versus 94 dias; p = 9,2×10-10). Da mesma forma, a co-ocorrência de MSI-H/TMB-H também foi associada a um ganho de TFT para imunoterapia.  

No entanto, não houve diferença estatisticamente significativa para o TFT com imunoterapia entre os grupos MSS/TMB-H e ​​MSS/TMB-L (107 versus 90 dias, p = 0,45). Todos os pacientes que foram tratados sem imunoterapia, independentemente do grupo de instabilidade de microssatélites ou TMB, tiveram maior TFT em relação aos pacientes MSS/TMB-H e ​​MSS/TMB-L que receberam imunoterapia (238 versus 107 dias e 295 versus 90 dias, respectivamente). 

Os autores concluem que, apesar das recentes aprovações agnósticas, o TMB não é o melhor biomarcador de resposta à imunoterapia em pacientes com câncer colorretal. Por outro lado, o tempo até a falha de tratamento com imunoterapia está associado à co-expressão de TMB-H e MSI-H.  

 

Referências:  

  1. Jones C, et al. Real-world data evaluating immunotherapy markers and checkpoint inhibitor response among GI cancers in a large community-based oncology network. 2021 Gastrointestinal Cancers Symposium. J Clin Oncol 39, 2021 (suppl 3; abstr 113). DOI:10.1200/JCO.2021.39.3_suppl.113. 

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