O Oncologista Clínico Fabio Kater, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, comenta os resultados do estudo TITAN, apresentado hoje (31) no meeting anual da American Society of Clinical Oncology (ASCO 2019). O evento ocorre em Chicago (EUA) até 4 de junho e traz os mais recentes avanços em oncologia clínica, reunindo oncologistas, hematologistas e outros profissionais de todo o mundo.
O estudo randomizou 1.052 pacientes com câncer de próstata metastático sensível à castração (CPSC), em razão 1:1, para receber apalutamida (APA), um inibidor seletivo do receptor de andrógeno, em dose de 240 mg/dia, ou placebo, concomitantemente a terapia de privação androgênica (androgen deprivation therapy, ADT). Foi permitida a inclusão de pacientes que haviam recebido tratamentos anteriores para doença localizada ou docetaxel para doença metastática, mas foram excluídos aqueles que receberam ADT e terapias hormonais prévias.
Os desfechos coprimários avaliados foram sobrevida livre de progressão radiológica (SLPr) e sobrevida global (SG). Alguns dos desfechos secundários incluíam tempo para início de quimioterapia citotóxica, tempo para progressão de dor, tempo de uso crônico de opioides e tempo para evento ósseo.
O oncologista destacou o expressivo ganho em SLPr, com redução de risco de morte ou progressão radiológica da ordem de 52%, traduzindo-se em uma diferença de quase 20% a mais de pacientes livres de progressão em dois anos no braço de APA (68% vs. 48%). O benefício foi visto em todos os subgrupos analisados. Houve também ganho importante em SG para o grupo de APA, com HR 0,67 e SG mediana não atingida.
O médico ainda ressaltou que pacientes com alto volume de doença compunham 63% dos pacientes avaliados. Quase 8% haviam recebido tratamentos prévios para doença localizada e 11% haviam recebido docetaxel. Após seguimento mediano de 22,6 meses, 66% dos pacientes com APA vs. 46% dos pacientes recebendo placebo continuavam em tratamento. Os desfechos secundários favoreceram o grupo de APA e a sobrevida livre de segunda progressão (SLP2) também se mostrou positiva, com quase 33% dos pacientes em uso de APA não necessitando de uma segunda linha de tratamento sistêmico antineoplásico durante o seguimento. Os eventos adversos foram incomuns, sendo principalmente representados por rash cutâneo, fadiga e hipotireoidismo para os pacientes com APA.
O Dr. Fábio Kater reforçou que a incorporação de apalutamida à ADT se mostrou eficaz para pacientes com CPSC, sendo uma nova opção na primeira linha de tratamento desses pacientes. O estudo TITAN teve publicação simultânea de seus resultados no New England Journal of Medicine.
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