O Estudo X-7/7 demonstrou que o uso da capecitabina oral em pacientes com câncer de mama metastático em intervalos de 7 dias tem menores taxas de toxicidades e taxas de sobrevida semelhante ao uso padrão recomendado pelo FDA
A capecitabina oral (CO) é um tratamento para o câncer de mama metastático (CMm). A dose recomendada desse medicamento é de 1.250mg/m2 duas vezes ao dia, durante 14 dias seguido de um intervalo de 7 dias (TP). No entanto, esse esquema apresenta baixa tolerância e altas taxas de descontinuação. O estudo X-7/7 (NCT02595320) propôs avaliar uma estratégia de tratamento baseada em uma dose fixa de 1.500 mg de capecitabina duas vezes ao dia por 7 dias ininterruptos seguido de um intervalo 7 dias (FD), para comparar a eficácia e tolerabilidade da CO.
Neste ensaio, foram incluídas pacientes com CMm previamente tratadas com terapia endócrina ou quimioterapia. As pacientes HER-2 positivo foram incluídas para administração concomitante de trastuzumabe. No geral, as pacientes foram estratificadas por linha de quimioterapia, doença mensurável, status de expressão do receptor de estrogênio (ER) e randomizadas 1;1 para TP ou FD. O endpoint primário inclui a sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG). O endpoint secundário foram relacionados a toxicidade.
No período de 6 anos, foram incluídas 153 pacientes (TP, n = 80; FD, n = 73). A análise da expressão do receptor HER2 revelou expressão negativa em 78% das pacientes, com 11% de casos positivos e triplo-negativos. A SLP no período de 3 meses foi de 76% no braço FD e 76% no braço TP (Harzard Ratio –HR = 1,01; 95% CI, 0,52 a 1,94; P = 0,99). A SLP média restrita aos 36 meses foi de 13,9 meses no braço FD versus 14,6 meses no braço TP (HR= 1,31; IC 95%, 0,56 a 1,15; P = 0,24). A SG aos 36 meses foi de 21,2 meses no braço FD versus 19,6 meses no braço TP (HR = 0,80; IC 95%, 0,55 a 1,81; P = 0,27). O endpoint secundário em relação a descontinuação do tratamento relacionados a toxicidades foi relatado em 21 pacientes (28,8%) na terapia padrão e em 6 pacientes (7,5%) do grupo teste para a nova dosagem. As toxicidades mais altas (grau 2-4) ocorreram com maior frequência em pacientes TP (49,3%).
Dessa forma, os resultados demonstram que a terapia com dose fixa em esquema nos 7 dias ininterruptos com duas doses diárias seguidos de 7 dias de intervalo, apresentou menor toxicidade e taxas de sobrevidas semelhantes quando comparadas a dosagem convencional do capecitabina oral.
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