Neste vídeo, Dr. William William, Oncologista Clínico de Tórax e Cabeça e Pescoço e Professor Adjunto Associado do MD Anderson Cancer Center, comenta os dados do estudo FLAURA2 apresentados durante o Congresso da European Society for Medical Oncology – ESMO ® 2023. A análise exploratória do estudo apresenta os benefícios da combinação terapêutica, capaz de reduzir substancialmente o risco de progressão da doença, além de melhorar as taxas e duração da resposta. Confira o conteúdo na íntegra!
O câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) compreende cerca de 80-85% dos casos de tumores de pulmão, sendo que mutações em EGFR ocorrem em 40% e 20% dos pacientes asiáticos ou não-asiáticos, respectivamente. A identificação de mutações nesse receptor torna a utilização de inibidores de tirosina quinase (TKI) o standard-of-care em primeira linha para esses tumores. O grande desafio dessa classe de fármacos, sobretudo os de 1ª e 2ª geração, é o desenvolvimento de resistência terapêutica. Nesse cenário, o Osimertinibe, TKI de 3ª geração, surge como um inibidor seletivo, potente e com atividade em SNC, atuando tanto em EGFRm, incluindo EGFRT790M, sendo esta, a mutação de resistência mais comum.
O estudo clínico de fase III, FLAURA 2, avalia a eficácia de Osimertinibe combinado à quimioterapia (n=279) em comparação ao Osimertinibe monoterapia (n=278) em primeira linha no tratamento de pacientes com CPNPC EGFRm. Anteriormente, os resultados já demonstraram redução de 38% no risco de progressão da doença em pacientes tratados com a combinação (HR = 0,62; 95% CI: 0,49–0,79).
Diante de uma coorte com 40% dos pacientes apresentando metástases em SNC ao baseline, David Planchard e demais investigadores apresentam na ESMO Congress 2023 os resultados da análise exploratória voltada para eficácia do regime terapêutico em SNC.
Para essa análise, quando avaliados os parâmetros de eficácia, pacientes tratados com Osimertinibe+Quimioterapia apresentaram melhores taxas de resposta completa (full analysis set: 59% vs. 43%; evaluable for response set: 48% vs. 16%) além de respostas mais duradouras, cujas medianas de duração de resposta ainda não foram atingidas, atreladas a uma redução de 42% (FSA: HR = 0,58; 95%CI: 0,33–1,01) e 60% (ERS: HR = 0,40; 95%CI: 0,19–0,84) no risco de apresentar progressão da doença em SNC.
Em conclusão, os resultados de eficácia em SNC demonstraram que Osimertinibe combinado à quimioterapia apresenta relevância clínica e contribui para redução do risco de progressão da doença, além de melhorar as taxas de resposta e duração dessas.
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