Dose radioterápica de 80Gy demonstra eficácia e boa tolerância, reduzindo o risco de progressão e óbito, prolongando a sobrevida livre de progressão, específica e global
O tratamento do adenocarcinoma de próstata baseado na radioterapia combinada à terapia de privação androgênica (ADT) proporciona melhora na sobrevida, no entanto, a discussão de dosagem da radioterapia é um assunto de extrema importância já que está intimamente relacionada às taxas de toxicidade. Tomando como ponto de partida a administração de 80Gy, o estudo avaliou se essa dosagem seria bem tolerada, além de predispor a maiores taxas de toxicidades G3 e G4 em comparação à dose convencional de 70Gy.
Diante dessa situação, e sabendo que ADT pode aumentar as toxicidades da radioterapia, o estudo de fase III, GETUG-AFU 18, avalia a eficácia e segurança do escalonamento de dose da radioterapia em combinação à ADT a longo prazo (3 anos) em pacientes com câncer de próstata de alto risco. Foram incluídos 505 pacientes, randomizados conforme à dose de radioterapia (80Gy vs. 70Gy).
A avaliação de sobrevida livre de progressão (SLP) bioquímica ou clínica demonstrou que a dose de 80Gy aumentou significativamente a SLP, de modo que reduziu em 44% o risco de progressão ou óbito (HR = 0,56; 95% CI: 0,40-0,76), tendo uma taxa de SLP em 5 anos de 91,4% vs. 88,1% e em 7 anos de 88,1% vs. 79,2%. Diferenças significativas também foram observadas com relação à sobrevida global (SG) onde a dose de 80Gy reduziu em 39% o risco de óbito (HR = 0,61; 95% CI: 0,44-0,85). Com relação às toxicidades G2 ou superior, não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos (78,2% vs. 76,1%).
Resultados do estudo GETUG-AFU 18 fortaleceram a dosagem de 80Gy em detrimento da dose convencional de 70Gy devido dados de benefícios evidentes em ganho de sobrevida livre de progressão, sobrevida específica e sobrevida global sem aumento de toxicidades a longo prazo.
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