HIMALAYA: updates de 4 anos de estudo fortalecem a administração combinada de tremelilumabe e durvalumabe em regime STRIDE para tratamento de HCC em primeira linha sistêmica - Oncologia Brasil

HIMALAYA: updates de 4 anos de estudo fortalecem a administração combinada de tremelilumabe e durvalumabe em regime STRIDE para tratamento de HCC em primeira linha sistêmica

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Neste vídeo, Dr. Pedro Uson, médico oncologista no Hospital Israelita Albert Einstein, e Prof. Dr. Arndt Vogel, médico sênior do Departamento de Gastroenterologia, Hepatologia e Endocrinologia da Hannover Medical School, comentam sobre os dados de um importante estudo que avalia o regime STRIDE que demonstrou ganho de sobrevida global sem precedentes, despontando como regime promissor e comprovadamente superior ao estabelecido sorafenibe no tratamento de Carcinoma Hepatocelular irresecável. Confira o conteúdo completo

 

 

Avaliação de sobrevida global em 4 anos do estudo HIMALAYA fortalecem resultados do mesmo estudo publicado no The New England Journal of Medicine em 2022. A proposta do estudo é avaliar eficácia da combinação de anti-PD-1 e anti-CTLA4 durvalumabe e tremelimumabe, respectivamente, em pacientes com carcinoma hepatocelular (HCC) irressecável, virgens de tratamento sistêmico e inelegíveis para tratamento localizado.  

O carcinoma hepatocelular é um dos tumores com maior mortalidade, tendo seus pacientes em estadiamento avançado ou metastático candidatos a diversas terapias sistêmicas, principalmente a administração de inibidores multiquinases, como o sorafenibe. Ainda que essas terapias estejam mais bem estabelecidas, a possibilidade da utilização dos inibidores de checkpoints imunológicos permite não só aumentar a variabilidade de terapias disponíveis para diferentes contextos como pode oferecer ganhos de sobrevida a essa coorte 

Frente a esse cenário, o estudo HIMALAYA trata-se de um estudo clínico de fase III, multicêntrico, desenhado para se avaliar a administração de STRIDE (Single Tremelimumab Regular Interval Durvalumab) e durvalumabe monoterapia versus sorafenibe na coorte de HCC supracitados. Foram incluídos 1171 pacientes, randomizados em 1:1:1 conforme os seguintes regimes: STRIDE (n=393) à uma dose de 300mg tremelimumabe + 1500mg de durvalumabe Q4W; durvalumabe (n=389) à 1500mg Q4W e sorafenibe (n=389) à 400mg duas vezes ao dia. Esse estudo apresentou em suas análises primárias, superioridade de STRIDE em relação ao sorafenibe e a não inferioridade do durvalumabe em relação ao sorafenibe quando avaliada sobrevida global (SG). Adicionalmente, STRIDE demonstrou sobrevida a longo prazo prolongada quando comparado ao sorafenibe, com taxas de SG em 36 meses de 30,7% e 20,2%, respectivamente. 

As atualizações de 4 anos de follow-up do estudo, foram apresentados no 2023 European Society for Medical Oncology (ESMO) World Congress on Gastrointestinal Cancer cuja análise teve como mediana de follow-up para análises de sobrevida global de STRIDE = 49,12 (95%CI: 46,95–50,17); durvalumabe = 48,46 (46,82–49,81) e sorafenibe = 47,31 (45,08–49,15). Como endpoint primário, o estudo avaliou a SG de STRIDE vs sorafenibe, cujo hazard ratio de 0,78 (95%CI: 0,67-0,92) corrobora com os achados da análise primária e demonstram superioridade do regime proposto com relação ao já estabelecido, resultado reprodutível, inclusive, com relação à taxa de SG em 36 meses de 30,7% vs. 19,8% e que mantem mesmo padrão na SG em 48 meses de 25,2% vs. 15,1%. Com relação aos eventos adversos associados ao tratamento, esses ocorreram em 17,5% dos pacientes do braço STRIDE e 9,6% do braço sorafenibe, sendo que para o primeiro grupo não foram reportadas novas toxicidades desde a análise primária.  

Tendo em vista que outra análise de interesse do estudo é avaliar a performance de durvalumabe vs. sorafenibe, o imunoterápico em monoterapia apresentou não inferioridade com relação à SG, resultado esse consistente com a análise anterior. 

Os achados apresentados e discutidos por Bruno Sangro e demais investigadores na ASCO GI 2023 reforçam a proposta de STRIDE em pacientes com HCC irresecável, demonstrando benefícios em sobrevida global, até então, sem precedentes e com perfil de segurança tolerável os suficientes para sugerir esse regime como padrão de tratamento em primeira linha nesse perfil de pacientes. 

Neste vídeo, os especialistas apresentam de forma detalhada os principais resultados desse estudo e abordam como esses resultados vão impactar a prática clínica. Confira o conteúdo completo!