Análise da monoterapia com pembrolizumabe como alternativa para manejo de pacientes com carcinoma hepatocelular avançado sem tratamento prévio
O carcinoma hepatocelular (CHC) é o tipo mais frequente de câncer primário do fígado, responsável por até 90% dos casos. Nos Estados Unidos, as opções de terapia subsequente para o carcinoma hepatocelular incluem inibidores de tirosina quinase, além da monoterapia com pembrolizumabe ou combinação de nivolumabe e ipilimumabe para pacientes que não receberam tratamento prévio com imunoterapia. O objetivo do estudo KEYNOTE-224 foi avaliar a eficácia e segurança da monoterapia com pembrolizumabe na coorte 2, composta por pacientes com CHC avançado que não haviam recebido tratamento sistêmico anteriormente.
O KEYNOTE-224 é um estudo de fase II, de braço único, aberto e multicêntrico. Os critérios de inclusão foram baseados em idade, confirmação do diagnóstico, estágio da doença, função hepática e histórico de tratamento. A coorte 2 do estudo incluiu pacientes com carcinoma hepatocelular (CHC) avançado que não eram candidatos a terapia locorregional ou não responderam a esse tipo de tratamento, e que também não haviam recebido tratamento sistêmico anteriormente. Os pacientes foram tratados com pembrolizumabe administrado por via intravenosa a uma dose de 200 mg a cada 3 semanas por um período de até 2 anos. O endpoint primário do estudo foi a taxa de resposta objetiva (ORR), avaliada por meio de revisão de imagens aplicando os critérios RECIST v1.1. Os endpoints secundários incluíram a duração da resposta (DOR), a taxa de controle da doença (DCR), o tempo de progressão (TTP), a sobrevida livre de progressão (PFS), a sobrevida global (OS) e a avaliação da segurança e tolerabilidade do tratamento.
Entre 4 de setembro de 2018 e 20 de fevereiro de 2019, 51 pacientes foram alocados na coorte 2 do estudo. O tempo médio desde a administração da primeira dose até o corte dos dados, que ocorreu em 19 de janeiro de 2021, foi de aproximadamente 27 meses (variação de 23 a 29 meses), com taxa de resposta objetiva (ORR) foi de 16% (CI 95%, 7–29). A duração mediana da resposta (DOR) foi de 16 meses (intervalo 3 – 24+), com taxa de controle da doença (DCR), que incluiu os pacientes com resposta objetiva e aqueles com doença estável, foi de 57%. A mediana da sobrevida livre de progressão (PFS) foi de 4 meses (CI 95%, 2–8) e tempo até a progressão (TTP) mediano de 4 meses (CI 95%, 3–9). A sobrevida global (SG) mediana foi de 17 meses (95% CI, 8–23) e os eventos adversos relacionados ao tratamento de grau ≥3 relatados em 16% dos pacientes.
Os resultados demonstram que a terapia com pembrolizumabe em pacientes com CHC que não foram submetidos previamente a terapia sistêmica proporciona uma atividade antitumoral durável, promovendo ganho de sobrevida global e apresenta um perfil de segurança compatível com observações prévias.
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