Neste vídeo, Dr. Romualdo Barroso, Médico Oncologista e Chefe de Pesquisa em Oncologia da Rede DASA, comenta sobre os resultados do estudo KEYNOTE-756 apresentado durante o congresso da European Society for Medical Oncology – ESMO ® 2023. Os resultados mostram que o aumento de mais de 8 pontos percentuais na taxa de resposta patológica completa demonstra benefício clínico da proposta terapêutica, sustentando a continuidade do estudo cujos dados de sobrevida seguem em amadurecimento. Vale a pena conferir o conteúdo na íntegra!
Diante de um tipo tumoral altamente heterogêneo, o câncer de mama ER+/HER2- ainda que detenha um dos melhores prognósticos comparado aos demais subtipos, possui uma subpopulação de pacientes de alto risco, isto é, com tumores de alto grau, baixa sensibilidade à terapia hormonal, alta responsividade à quimioterapia e um prognóstico ruim. Nesse sentido, o estudo KEYNOTE-756 promove a melhora das taxas de resposta patológica completa após a quimio e imunoterapia neoadjuvantes como forma de melhorar o desfecho clínico dessa população de alto risco.
Trata-se de um estudo clínico de fase III, que avaliou a eficácia e segurança de pembrolizumabe + quimioterapia neoadjuvante seguido de pembrolizumabe + terapia endócrina adjuvante (n = 635) comparado ao grupo placebo em substituição ao pembrolizumabe (n = 643). O KEYNOTE-756 tem dois desfechos primários: de taxa de resposta patológica completa (pCR) e sobrevida livre de eventos (SLE). Nesta primeira análise interina apenas os dados de pCR foram avaliados. Após mediana de seguimento de 33,2 meses (9,7-51,8), a análise final de resposta patológica completa (pCR) demonstrou um aumento estatisticamente significativo no braço tratado com pembrolizumabe comparada ao braço placebo, 24,3% (95% CI: 21,0-27,8) vs. 15,6% (95% CI: 12,8-18,6) [p-valor = 0,00005]. O benefício em pCR foi observado de forma consistente entre todos os subgrupos pré-especificados, independentemente do tamanho do tumor, comprometimento linfonodal, estatus de PD-L1 ou nível de expressão do receptor de estrógeno.
Com relação à segurança desse esquema terapêutico, na fase de neoadjuvância as taxas de toxicidades G3 ou superiores, associadas ao tratamento, foram de 52,5% no braço pembrolizumabe comparado a 46,4% no grupo placebo, tendo sido reportado um óbito, no primeiro braço, em decorrência de um infarto agudo do miocárdio.
Ainda que os resultados do estudo, sobretudo o segundo desfecho primário de sobrevida livre de eventos, ainda estejam em fase de amadurecimento, a diferença de 8,5 pontos percentuais nas taxas de resposta patológica completa, sustentam o racional de que a adição de pembrolizumabe ao esquema de quimioterapia padrão de câncer de mama hormonal inicial de alto risco melhorou o desfecho de pCR dentro de um perfil de segurança conhecido e já esperado.
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