Lorlatinibe em CPNPC avançado ROS1 positivo: resultados versus crizotinibe - Oncologia Brasil

Lorlatinibe em CPNPC avançado ROS1 positivo: resultados versus crizotinibe

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O trabalho OA 02.03 – Clinical Activity of Lorlatinib in Patients with ROS1+ Advanced NSCLC mostrou os resultados do estudo Fase II de lorlatinibe que incluiu 47 pacientes com NSCLC avançado ROS1 positivo, com ou sem metástases cerebrais assintomáticas, independente do número ou tipos de tratamentos recebidos previamente. Dentre esses pacientes, 34 já haviam recebido crizotinibe e 25 apresentavam metástase cerebral (19 no grupo de pacientes pré tratados com crizotinibe) no momento da entrada no estudo.

A mediana da sobrevida livre de progressão foi de 21 meses no grupo crizotinibe – naïve (IC 95%: 4,2 – 26.7) e 8,5 meses (IC 95%: 4,4 – 18,0) no grupo de pacientes previamente expostos ao crizotinibe. No grupo crizotinibe – naïve, 61,5% apresentaram resposta objetiva em um tempo mediano de 1,4 meses versus 26,5% e 2,5 meses no grupo previamente exposto ao crizotinibe. Em relação às metástases cerebrais, houve 66,7% de resposta objetiva no grupo crizotinibe – naïve (4/6 pacientes) e 52,6% no grupo previamente exposto à droga (10/19 pacientes). A resposta também foi duradora sendo que 5 pacientes de 8 respondedores no grupo crizotinibe – naïve e 5 de 9 pacientes respondedores no grupo pré tratado com crizotinibe mantiveram a resposta por mais de 12 meses. Os eventos adversos mais comuns foram hipercolesterolemia (83%) e hipertrigliceridemia (60%).

Nesse estudo, lorlatinibe, um potente inibidor da tirosina kinase da via ALK/ROS1 de terceira geração com capacidade de ultrapassar a barreira hemato-encefálica, mostrou benefício clínico na população de pacientes com NSCLC, mesmo naqueles tratados com TKIs de primeira linha (embora nesses, em menor proporção). Além disso, confirmou sua ação nas metástases cerebrais nessa população, independente da exposição prévia ao crizotinibe.

Esses resultados devem ser interpretados com cuidado pelo pequeno número de pacientes incluídos, mas podem sinalizar para um possível benefício de lorlatinibe na população de pacientes com NSCLC ROS1+ que deverá ser confirmado em outros estudos.