Monitoramento ativo para detecção de metástases em pacientes com câncer de mama em remissão mostra potencial benefício clínico

Estudo randomizado PHOENIX avaliou impacto do rastreamento com exames de imagem e marcador tumoral em comparação ao seguimento padrão em mulheres com câncer de mama estágio II ou III.

O monitoramento de pacientes com câncer de mama após tratamento curativo segue sendo uma questão relevante na prática oncológica, especialmente diante da possibilidade de recidiva à distância. O estudo PHOENIX, publicado no New England Journal of Medicine, avaliou se a vigilância ativa por exames de imagem de corpo inteiro e dosagem de CA 15-3 poderia proporcionar benefício clínico em comparação ao seguimento padrão clínico em mulheres com câncer de mama estádio II ou III previamente tratadas com intenção curativa. 

Este estudo multicêntrico, randomizado e controlado, incluiu 2.480 pacientes, das quais 1.239 foram designadas para o grupo de vigilância intensiva (imagem + CA 15-3) e 1.241 para o grupo de seguimento clínico padrão. O objetivo primário foi a sobrevida global (SG) em cinco anos. Após um seguimento médio de 6,3 anos, a SG foi de 86,5% no grupo de vigilância ativa e 87,4% no grupo controle (HR 1,11; IC 95%, 0,91–1,36; p=0,30), não sendo observada diferença estatisticamente significativa entre os grupos. 

A recorrência à distância foi identificada em 14,3% das pacientes do grupo de vigilância ativa e em 15,2% do grupo controle. A maioria das metástases foi detectada de forma assintomática no grupo de vigilância (69,0%) em comparação com 32,8% no grupo controle. No entanto, essa detecção precoce não resultou em aumento significativo da sobrevida global nem em ganho em qualidade de vida ou redução de sintomas no momento do diagnóstico da recorrência. 

O estudo concluiu que, apesar de detectar recidivas de forma mais precoce, o monitoramento ativo com exames de imagem e CA 15-3 não conferiu benefício de sobrevida ou qualidade de vida em comparação com o acompanhamento clínico padrão em mulheres com câncer de mama em remissão. 

Referências: 

Welch HG, Dossett LA. Routine Surveillance for Cancer Metastases – Does It Help or Harm Patients?. N Engl J Med. 2025;392(17):1667-1670. doi:10.1056/NEJMp2414159 

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