Nature Reviews Clinical Oncology publica artigo sobre terapias agnósticas de autor brasileiro - Oncologia Brasil

Nature Reviews Clinical Oncology publica artigo sobre terapias agnósticas de autor brasileiro

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Dr. Roberto Carmagnani Pestana, oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein e ex-fellow do MD Anderson Cancer Center, é o primeiro autor da publicação sobre o desenvolvimento de novas drogas oncológicas com base no tecido-agnóstico/histologia-agnóstica

Os avanços na biologia e na imunologia dos tumores trazem uma maior compreensão do câncer e possibilitaram o desenvolvimento de terapias com base em alterações moleculares e marcadores de fenótipos imunológicos que transcendem histologias tumorais específicas. Trata-se de um novo conceito em oncologia: o tratamento tecido-agnóstico.

O oncologista Dr. Roberto Carmagnani Pestana e colaboradores tiveram seu artigo de revisão “Histology-agnostic drug development- considering issues beyond the tissue” publicado neste mês na revista Nature Reviews Clinical Oncology.

Os autores discutem sobre a pesquisa e o desenvolvimento de agentes terapêuticos agnósticos já aprovados, alguns dados de outras drogas ainda em estudo e os desafios intrínsecos ao desenvolvimento de medicamentos agnósticos em histologia, incluindo considerações biológicas, regulatórias, de design e estatísticas publicado.

Eles ainda descrevem as primeiras terapias histológico-agnósticas:
• o anticorpo anti-PD1, pembrolizumabe, aprovado para o tratamento de pacientes cujos tumores têm alta instabilidade microssatélite independente da histologia ou sítio primário tumoral;
larotrectinibe e entrectinibe aprovados para pacientes relacionados às fusões NTRK.

Tais aprovações representaram um importante marco na história da oncologia. O tratamento do câncer passou a poder ser aprovado baseado em alterações genômicas em comum ao invés do sítio primário.

Destaca-se, porém, que o desenvolvimento do tecido-agnóstico não conseguirá ser viável para todas as drogas na oncologia. Portanto, o desenvolvimento de novos agentes agnósticos tendo como base a histologia devem focar nas mutações coexistentes em vias de resistência conhecidas, como a MAPK, entre outras.

Os autores concluem que as aprovações futuras devem refletir os cenários do número de tumores e os resultados de eficácia das aprovações até o momento, em ensaios projetados com critérios de seleção de pacientes e análises estatísticas adequadas para múltiplas histologias heterogêneas.

Saiba mais:
Pestana, RC, Sen, S, Hobbs, BP, Hong, DS. Histology-agnostic drug development — considering issues beyond the tissue. Nature Reviews Clinical Oncology. June 2020.
https://doi.org/10.1038/s41571-020-0384-0