A terapia anti-PD-1 avançou sobremaneira nos últimos anos e se consolidou como um dos principais alicerces no tratamento do melanoma metastático. Contudo, cerca de 40 a 70% dos pacientes apresentam resistência primária ao bloqueio anti-PD-1 e identificação dessa população através de biomarcadores ainda permanece um grande desafio.
Um estudo alemão recentemente publicado avaliou os níveis séricos de PD-1 e PD-L1 como possíveis preditores de desfecho em indivíduos portadores de melanoma avançado (estadios III irressecável ou IV), expostos à imunoterapia ou terapia alvo. A pesquisa recrutou 222 casos e 38 controles saudáveis. As amostras foram processadas por meio de ensaio imunoenzimático (ELISA sanduíche).
Pacientes com melanoma metastático apresentaram concentrações plasmáticas mais altas de PD-1 e PD-L1 que os controles. Níveis séricos elevados de PD-1 e PD-L1 pré-tratamento foram associados a piores taxas de resposta ao bloqueio anti-PD-1 (p = 0,014 e p = 0,041, respectivamente), mas não à terapia de inibição do BRAF. Os níveis séricos de PD-1 e PD-L1 também se correlacionaram a sobrevida livre de progressão (p = 0,0081; p = 0,053) e sobrevida global (p = 0,055; p = 0,0062) nos indivíduos que receberam imunoterapia. A combinação de ambos os marcadores se confirmou como fator preditivo independente no contexto da terapia anti-PD-1.
Esses dados determinam o papel promissor que a quantificação de moléculas circulantes de PD-1/PD-L1 possui na prática clínica, como potencial marcador preditivo de resposta e sobrevida no tratamento do melanoma metastático com bloqueio anti-PD-1. Tais resultados podem auxiliar na seleção desses pacientes para receberem imunoterapia versus inibição do BRAF.
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