Nivolumabe adjuvante no câncer de bexiga músculo-invasivo: atualizações do CheckMate 274 - Oncologia Brasil

Nivolumabe adjuvante no câncer de bexiga músculo-invasivo: atualizações do CheckMate 274

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Apresentado no ASCO GU® 2025, o estudo CheckMate 274 trouxe novos dados sobre a eficácia do nivolumabe adjuvante em pacientes com câncer de bexiga músculo-invasivo. Com um acompanhamento mediano de três anos, o tratamento mostrou benefício significativo em toda a população do braço NIVO. 

 

O CheckMate 274 é estudo clínico de fase 3, randomizado e duplo-cego, o Nivolumabe (NIVO) adjuvante mostrou um benefício significativamente estatístico e clinicamente relevante na sobrevida livre de doença (em inglês, disease-free survival  – DFS) de  pacientes com carcinoma urotelial músculo-invasivo (em inglês, muscle-invasive urotelial carcinoma – MIUC) de alto risco após cirurgia radical e quimioterapia neoadjuvante baseada em cisplatina (NAC), quando comparado ao grupo placebo (PBO). 

Neste estudo, os investigadores observaram melhorias contínuas na sobrevida livre de doença (DFS) com NIVO em comparação ao PBO após um acompanhamento mediano de três anos. Isso foi constatado nas populações de eficácia primária, ou seja, em pacientes com intenção de tratar (ITT) e expressão tumoral de PD-L1 ≥ 1%, assim como em pacientes com câncer de bexiga músculo-invasivo (MIBC). Tendências iniciais de sobrevida global (OS) interina também favoreceram o NIVO em relação ao PBO em ITT e em pacientes com tumor PD-L1 ≥ 1%. Esses resultados adicionais de eficácia foram apresentados para pacientes com câncer de bexiga músculo-invasivo 

Os pacientes elegíveis foram randomizados (1:1) para receber NIVO (240 mg a cada duas semanas) ou PBO por até um ano de tratamento adjuvante, sendo estratificados por expressão de PD-L1, status nodal e quimioterapia neoadjuvante baseada em cisplatina prévia. Considerou-se como desfechos primários a DFS em ITT e em pacientes com PD-L1 ≥ 1%. Os desfechos secundários adotados foram a sobrevida global em ITT e na subpopulação PD-L1 ≥ 1%.  

A análise da OS em pacientes com MIBC foi exploratória e os dados de OS para MIBC são de análises interinas pré-planejadas em ITT e na subpopulação PD-L1 ≥ 1%. O acompanhamento de OS continua, pois os limites estatísticos pré-especificados para significância não foram atingidos no momento destas análises. 

Resumidamente, dos 709 pacientes randomizados (ITT), 560 (79%) tinham MIBC (NIVO, n = 279; PBO, n = 281); 284 (51%) dos pacientes com câncer de bexiga músculo-invasivo receberam NAC prévia. Com um acompanhamento mediano de 36,1 meses (ITT), a melhora na DFS com NIVO em comparação ao PBO foi consistente entre todos os pacientes com câncer de bexiga músculo-invasivo (Hazard ratio [HR] 0,63) e naqueles com (HR 0,58) e sem quimioterapia neoadjuvante baseada em cisplatina prévia (HR 0,69).  

Em relação à OS, os HRs favoreceram NIVO sobre PBO em todos os pacientes com câncer de bexiga músculo-invasivo (HR 0,70) e na subpopulação PD-L1 ≥ 1% (HR 0,48), bem como nos pacientes com câncer de bexiga músculo-invasivo que receberam quimioterapia neoadjuvante baseada em cisplatina prévia (HR 0,74) e naqueles sem quimioterapia neoadjuvante baseada em cisplatina prévia (HR 0,67). O perfil de segurança foi consistente com os dados anteriores em pacientes ITT; não foram identificados novos sinais de segurança. 

Os resultados mostraram que, após um acompanhamento mediano de três anos, houve um benefício consistente na sobrevida livre de doença (DFS) com NIVO em comparação ao PBO, tanto em pacientes com câncer de bexiga músculo-invasivo quanto nos subgrupos com e sem quimioterapia neoadjuvante com cisplatina prévia. Os dados demonstraram benefício de sobrevida global (OS) nos braços que receberam NIVO, incluindo aqueles com pacientes com expressão de PD-L1 ≥ 1%, independentemente do status de quimioterapia neoadjuvante com cisplatina prévia.  

Portanto, esses resultados reforçam o potencial do uso de NIVO adjuvante como padrão de tratamento para pacientes com carcinoma urotelial músculo-invasivo e câncer de bexiga músculo-invasivo de alto risco. 

 

Referências: 

  1. Matthew Milowsky , Matthew Galsky , Johannes Witjes et al. Adjuvant nivolumab (NIVO) vs placebo (PBO) for high-risk muscle-invasive urothelial carcinoma (MIUC): Additional efficacy outcomes including overall survival (OS) in patients (pts) with muscle-invasive bladder cancer (MIBC) from CheckMate 274. J Clin Oncol 43, 2025 (suppl 5; abstr 658). DOI: 10.1200/JCO.2025.43.5_suppl.658 

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