Chicago (EUA) – Um novo trabalho apresentado no congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) trouxe dados importantes para o tratamento de pacientes com câncer de cabeça e pescoço metastático: o estudo TPExtreme avaliou o uso de docetaxel em lugar de fluorouracil (5FU) no esquema EXTREME.
Apresentado pelo Dr. Joël Guigay, o estudo randomizou 539 pacientes em dois braços: o primeiro, em que eram realizados seis ciclos de cisplatina, 5FU e cetuximabe, conforme o padrão do esquema EXTREME; o segundo, em que os pacientes eram submetidos a quatro ciclos do esquema experimental TPEx, com cisplatina 75 mg/m2, docetaxel 75 mg/m2 e cetuximabe 400 mg/m2 e 250 mg/m2 semanal e a cada duas semanas, na fase de manutenção.
O desfecho primário de superioridade em sobrevida global não foi atingido, mas houve um ganho absoluto, embora estatisticamente não significativo, favorecendo o grupo de TPEx, com medianas de 14,5 meses vs. 13,4 para o de EXTREME. Em dois e três anos, respectivamente 28,6% e 20,1% dos pacientes do braço experimental sobreviveram, em comparação a 21,0% e 12,3% do braço da terapia padrão. Além disso, as taxas de resposta objetiva também se mostraram numericamente superiores no braço de TPEx, com 46% vs. 40%.
O perfil de toxicidade de TPEx mostrou-se mais favorável que o do EXTREME, com menor incidência geral de eventos adversos graus 3 ou superior. Quase 51% dos pacientes submetidos ao tratamento padrão apresentaram eventos adversos graus > 4, enquanto esse número foi de 36% para TPEx.
Frente a esses achados, o Dr. Guigay ressaltou que o esquema TPEx pode ser considerado uma opção aceitável para a primeira linha de tratamento de pacientes com câncer de cabeça e pescoço metastático, o que pode mudar o esquema padrão atual.
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