Os avanços no tratamento adjuvante do melanoma - Dr. Rodrigo Munhoz - Oncologia Brasil

Os avanços no tratamento adjuvante do melanoma – Dr. Rodrigo Munhoz

2 min. de leitura

O Dr. Rodrigo Munhoz, oncologista clínico do Hospital Sírio Libanês especializado no tratamento de tumores cutâneos, lembra que, até meados dos anos 2000, o tratamento adjuvante do melanoma se baseava em interferon, com ganho marginal de taxas de cura e toxicidade relevante.

A partir de 2015 este panorama começou a mudar, com resultados positivos de sobrevida global com o uso de ipilimumabe em altas doses na adjuvância, ainda que com toxicidade não desprezível. A partir de 2017 tivemos testes com agentes anti-PD1 e inibidores de BRAF e MEK: o estudo COMBI-AD, que avaliou a combinação de dabrafenibe com trametinibe por um ano em melanomas com mutação BRAF e operados, em estadios 3A a 3C e linfonodo comprometido, mostrou ganho significativo na sobrevida livre de recorrência (SLR) e levou à aprovação deste esquema no Brasil. Dentre as imunoterapias, o estudo Keynote 054 demonstrou ganho em SLR com o uso de pembrolizumabe por um ano em pacientes estadio 3A a 3C e comprometimento linfonodal e o estudo CheckMate 238 avaliou nivolumabe versus ipiliumabe em pacientes um pouco mais avançados (estádios 3B, 3C e 4 oligometastáticos operados), demonstrando ganho de SLR com nivolumabe por um ano.

Com estes dados, em poucos meses tivemos a aprovação de 3 novos regimes de tratamento adjuvante para pacientes com melanomas de alto risco, mutados ou não, no Brasil. Ainda não há dados robustos de sobrevida global destes estudos, tampouco sobre efeitos de mudanças de terapia ao longo do tratamento; importante notar ainda que não há definição sobre qual o melhor tratamento adjuvante para pacientes mutados. Combinações de imunoterapias ainda estão sendo avaliadas no cenário adjuvante.