PALLAS (NCT02513394), um estudo global projetado para determinar se a adição de palbociclibe (P) à terapia endócrina (TE) adjuvante melhora os resultados em relação à TE sozinha no câncer de mama inicial, foi apresentado no 2020 San Antonio Breast Cancer Symposium (SABCS).
A adesão e a tolerabilidade de agentes orais para o tratamento do câncer de mama com receptor hormonal positivo (RH+) no cenário adjuvante pode ser um desafio e, eventualmente, limitar a exposição ao medicamento. Palbociclibe (P) é um inibidor oral de CDK4/6 e, em combinação com terapia endócrina (TE), demonstrou eficácia no câncer de mama metastático RH+/HER-2 negativo (HER2-).
Pacientes com doença HR+/HER2- estadio II-III foram randomizados para receber dois anos de P (dose inicial 125 mg por dia, 3 semanas sim, 1 semana não) em combinação com TE adjuvante (Braço A) ou TE sozinho (Braço B). O objetivo principal era comparar a sobrevida livre de doença invasiva (SLDi) entre os braços. Desfechos secundários incluíram segurança, qualidade de vida, aderência e ciência translacional. Do total de 5.760 pacientes, 83% receberam quimioterapia prévia, 68% iniciaram inibidor de aromatase e 33% tamoxifeno, com ou sem supressão ovariana.
Neutropenia de grau 3/4 foi mais comum no Braço A (62%) versus B (0,4%). Neutropenia febril foi incomum (1%). Outros eventos adversos de todos os graus (EAs) mais comuns no Braço A incluíram outra toxicidade hematológica, fadiga, infecção respiratória superior, náusea, diarreia e alopecia. Um total de 55% dos pacientes necessitou de redução da dose de P para 100 mg e 34% para 75 mg, em algum momento durante o tratamento.
Em um acompanhamento médio de 23,7 meses na segunda análise interina, nenhuma diferença significativa na SLDi foi observada entre os braços (SLDi de 3 anos de 87,9% versus 88,4%, HR 0,93). Como consequência, os pacientes no Braço A interromperam P e todos passaram para um acompanhamento de longo prazo.
No momento do corte de dados, 32% haviam completado os dois anos planejados de P, 26% ainda estavam recebendo P e 42% haviam interrompido P prematuramente. A descontinuação de 18% em 6 meses, 30% em 12 meses, 38% em 18 meses e 45% projetado em 24 meses. Um total de 27% dos pacientes do Braço A (770 de 2.840) interromperam a terapia devido aos EAs, principalmente neutropenia (460, 16%) e fadiga (71, 3%).
O último nível de dose observado foi 125mg, 100mg e 75mg para 45%, 22% e 33% dos pacientes, respectivamente. Entre aqueles que interromperam devido a EAs, o nível de dose no momento da interrupção foi de 75 mg para 62%, sugerindo que algumas interrupções ocorreram sem redução máxima permitida. Os pacientes que receberam > 12 meses de P tiveram uma SLDi de 2 anos de 96,6%. Já aqueles que receberam < 12 meses tiveram SLDi de dois anos de 95,7% (HR 0,86, IC 95% 0,55-1,34).
A análise inicial do PALLAS demonstrou que dois anos de P adjuvante em combinação com a TE não melhorou a SLDi quando comparada à TE sozinha em pacientes com câncer de mama HR+/HER2-, na conclusão dos autores. Enquanto dois anos de P adjuvante eram viáveis para a maioria dos pacientes, 42% interromperam o P precocemente, principalmente devido a EAs.
Referência:
Mayer EL, et al. Treatment exposure and discontinuation in the PALLAS trial: PALbociclib CoLlaborative Adjuvant Study of palbociclib with adjuvant endocrine therapy for HR+/HER2- early breast cancer. Abstract PD2-03. Presented at: 2020 Virtual San Antonio Breast Cancer Symposium; December 8-11, 2020. Abstract GS3-00.
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