IO-IO: benefício no tratamento de tumores ginecológicos - Oncologia Brasil

IO-IO: benefício no tratamento de tumores ginecológicos

Os destaques sobre tumores ginecológicos
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A oncologista clínica do A. C. Camargo Cancer Center, Dra. Andrea Guimarães, em sua participação no ESMO Congress 2019, comentou dois destaques sobre tumores ginecológicos. O primeiro estudo, o CheckMate 358, testou o efeito da combinação de nivolumabe e ipilimumabe para câncer de colo uterino metastático recidivado, em primeira ou segunda linha de tratamento.

Não utilizando o status de PD-L1 como critério de inclusão, o estudo envolveu 91 pacientes, randomizadas em dois braços: um deles recebendo 3 mg/kg de nivolumabe (q2w) e 1 mg/kg de ipilimumabe (q6w) e o outro braço recebendo 1 mg/kg de nivolumabe e 3 mg/kg de ipilimumabe (q3w; total de 4 doses), seguidos de 240 mg de nivolumabe a cada duas semanas.

Ambos os braços foram tratados por 24 meses até progressão ou verificação de sinais inaceitáveis de toxicidade. O endpoint primário do estudo foi a taxa de resposta objetiva determinada pelos investigadores principais utilizando os critérios do RECIST v1.1. Sobrevida global, sobrevida livre de progressão e a duração da resposta foram os endpoints secundários do estudo.

“O resultado do estudo foi positivo, demonstrando que as pacientes que eram virgens de tratamento tiveram uma taxa de resposta maior à combinação de imunoterapia, com a taxa de resposta em primeira linha variando entre 30% e 45%, sendo maior no braço em que a dose de ipilimumabe era maior,” comentou a Dra. Guimarães, ressaltando, porém, que a toxicidade também foi maior neste grupo.

“Isso permite concluir que a combinação entre os dois imunoterápicos para câncer de colo uterino metastático mostrou-se efetiva, com benefício em termos de taxa de resposta, grande taxa de resposta completa, e com resposta bastante duradoura, independente do status de PD-L1”, completou.

O segundo estudo destacado pela oncologista (NCT02501096) testou a combinação de levantinibe e pembrolizumabe no tratamento em segunda linha de câncer de endométrio avançado. As pacientes foram incluídas independentemente da expressão de PD-L1 ou instabilidade de microssatélites (MSI). Das 108 pacientes avaliadas no estudo, apenas 13% possuíam MSI alta.

O estudo teve um braço único de tratamento, comparando a resposta de pacientes com e sem instabilidade de microssatélites e deficiência em genes de reparo.

“Mesmo as pacientes sem perda de genes de reparo ou instabilidade de microssatélites high tiveram uma taxa de resposta em torno de 38%, em comparação com cerca de 60% para aquelas com estabilidade, e a taxa de resposta foi duradoura, o que chamou bastante atenção,” declarou a Dra. Guimarães.

“Até então, o máximo de resposta que tínhamos para o câncer de endométrio avançado em segunda linha de tratamento era em torno de 25%. A vantagem expressiva desse novo esquema de tratamento levou a uma aprovação precoce pelo FDA, sendo aprovado atualmente para uso nos Estados Unidos, Canadá e Austrália,” completou.

O ESMO Congress 2019 acontece entre os dias 27 de setembro e primeiro de outubro em Barcelona, Espanha e reúne especialistas do mundo todo para discutir o que há de mais recente na pesquisa oncológica, com apresentação de dados que podem mudar a prática da oncologia e consequente promoção de um atendimento melhor ao paciente. Confira a cobertura no site e nas nossas redes sociais.

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