Posthoc TITAN: benefício de apalutamida em câncer de próstata sensível à castração - Oncologia Brasil

Posthoc TITAN: benefício de apalutamida em câncer de próstata sensível à castração

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Conforme os resultados do TITAN, estudo de fase III já publicado no periódico New England Journal of Medicine, a associação de apalutamida a terapia de derivação andrógina (TDA) demonstrou uma redução no risco de morte de 33% comparado a TDA exclusiva em pacientes com câncer de próstata castração sensível. Frente a este dado impactante, a agência reguladora americana, Food and Drug Administration (FDA), aprovou este medicamento no respectivo cenário em setembro de 2019 e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta semana.

Por meio de nova análise post-hoc apresentado na ASCO GU 2020 foi recentemente reconhecido que o acréscimo de apalutamida a TDA reduz também o risco de segunda progressão ou morte (SLP2) em 34% comparado com a TDA. Com hazard ratio de 0,66 (IC 95%; 0,5-0,87 p=0,0026) favorecendo o braço de apalutamida, este benefício de SLP2 ocorreu independente da primeira linha terapêutica subsequente após o braço de inclusão no estudo TITAN mesmo não sendo alcançado a mediana de SLP2 em ambos os braços do estudo.

Dos 1052 pacientes inicialmente recrutados no estudo, 277 pacientes receberam terapia subsequente sendo 87 do grupo experimental e 190 no grupo controle. Terapia nova hormonal como primeira linha terapêutica subsequente foi administrada em 24 pacientes do grupo apalutamida e em 62 pacientes com TDA apenas, enquanto exposição a taxano ocorreu em 30 pacientes no primeiro grupo e 69 no último grupo. Dados demográficos foram semelhantes nos dois braços do estudo no que correspondem a exposição de taxano, terapia hormonal, ECOG, Gleason, nível de PSA e estadio metastático ao diagnóstico.

Pacientes que receberam docetaxel prévio no cenário de castração sensível antes do recrutamento foram mais provavelmente direcionados a receber nova terapia hormonal em comparação a taxano como primeira terapia subsequente (20,9% vs 8,1%). Cabe dizer que, como limitação do estudo, a seleção da terapia subsequente não foi randomizada e sim definida pelo próprio médico conforme características do próprio paciente ou sua doença não permitindo desta forma definir qual seria a melhor escolha de terapia subsequente. Da mesma maneira, o reduzido número de eventos de SLP também exige reflexão destes dados com cautela.

Esta nova informação como indicador da intensificação precoce efetiva do tratamento é consistente com o ganho de sobrevida global gerada pela apalutamida e, em conjunto, enfatizaria o benefício desta intervenção como um todo.

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