Primeiros dados do mundo real sobre pacientes com CPNPC não ressecáveis em estágio III tratados com durvalumabe após quimiorradioterapia - Oncologia Brasil

Primeiros dados do mundo real sobre pacientes com CPNPC não ressecáveis em estágio III tratados com durvalumabe após quimiorradioterapia

2 min. de leitura

Neste vídeo, Dra. Flávia Amaral DuarteOncologista Clínica do Grupo Oncoclínicas e do Hospital das Clínicas da UFMGcomenta sobre os dados do estudo do mundo real, PACIFIC-R

A terapia de consolidação com durvalumabe por até 12 meses (regime PACIFIC) agora é o padrão de tratamento em pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) irressecável em estágio III, sem progressão da doença após quimiorradioterapia à base de platina (CRT). Neste sentido, o estudo de mundo real, PACIFIC-R, avaliou a eficácia do durvalumabe nesta população de pacientes, em um ambiente da vida real.  

Segundo Dra. Flávia, o estudo clínico PACIFIC tem mostrado bons resultados com o uso de durvalumabe em manutenção pós quimioterapia e radioterapia, apresentando dados animadores de sobrevida global e sobrevida livre de progressão da doença. Entretanto, fica a pergunta se podemos ter essa mesma expectativa no dia a dia clínico, e o estudo PACIFIC-R vem para responder essa pergunta.  

PACIFIC-R (NCT03798535) é um grande estudo observacional, internacional, que avalia pacientes que receberam 1 ou mais doses de durvalumabe (10 mg/kg Q2W) como parte de um programa de acesso expandido ao medicamento. Eram elegíveis pacientes que completaram a quimioterapia à base de platina concomitante ou sequencial à radioterapia nas 12 semanas anteriores, sem evidência de progressão da doença. 

Os desfechos foram avaliados no conjunto de análise completa (N = 1155). O tempo mediano para o início do durvalumabe após o final da radioterapia foi de 52 dias. A duração mediana do tratamento com durvalumabe foi de 337 dias (11 meses); 232 (20,1%) pacientes receberam tratamento por mais de 12 meses (4,3% por > 14 meses).  

As porcentagens de pacientes e tempo mediano para a descontinuação do tratamento incluíram, a conclusão do tratamento (47,6%/11,8 meses; decisão do investigador por protocolo do país), progressão da doença (25,8%/5,1 meses) e evento adverso (EA; 17,5%/2,8 meses). Pneumonite foi o EA mais comum que levou à interrupção (temporária: 5,1%; permanente: 8,7%). A maioria dos eventos adversos foi moderada (8,8%) em gravidade; apenas 2 (0,2%) e 1 (0,1%) pacientes tiveram um evento fatal ou com risco de vida, respectivamente. 

A análise interina (51,8% dos eventos) mostrou uma sobrevida livre de progressão mediana do mundo real (SLPmr) de 22,5 meses (IC de 95%, 19,7-25,5). Esses resultados demonstram a eficácia da consolidação de durvalumabe após a CRT em uma coorte do mundo real de pacientes com CPNPC de estágio III irressecável; os eventos adversos de pneumonite foram, principalmente, de gravidade moderada.  

Dra. Flávia comenta que esses dados são muito animadores, e significam que podemos ter as mesmas expectativas de resultados do estudo PACIFIC na prática clínica diária. Como conclusão o PACIFIC-R vai de encontro aos resultados do PACIFIC em si, apesar de algumas diferenças e questionamentos importantes que são ressaltados no vídeo.  

Ouça também o podcast:

Referências: 

1171MO – PACIFIC-R real-world study: Treatment duration and interim analysis of progression-free survival in unresectable stage III NSCLC patients treated with durvalumab after chemoradiotherapy. Annals of Oncology (2021) 32 (suppl_5): S939-S948. 10.1016/annonc/annonc728 

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