Neste vídeo, o Dr. Gilberto Amorim, Oncologista na Oncologia D’Or do Rio de Janeiro, discute sobre pesquisas que destacam resultados encorajadores no controle da doença intracraniana e extracraniana, oferecendo uma nova perspectiva terapêutica para pacientes com complicações severas. Acesse e confira na íntegra!
Avanços significativos no tratamento do câncer de mama HER2-positivo, especialmente em pacientes com metástases cerebrais, foram apresentados durante a SABCS 2023. Três estudos distintos exploraram a eficácia da combinação do trastuzumabe com o medicamento quimioterápico deruxtecana (T-DXd), revelando resultados promissores. Os estudos prospectivos TUXEDO-1 e DEBBRAH, juntamente com o estudo de revisão retrospectiva ROSET-BM, destacaram a eficácia potencial do T-DXd em uma população de pacientes com metástases cerebrais ativas ou histórico dessas complicações. Todos os estudos observaram uma eficácia notável do T-DXd, controlando efetivamente a doença intracraniana e extracraniana, apontando para uma nova opção terapêutica para esse grupo de pacientes.
O estudo TUXEDO-1, de fase II e braço único, concentrou-se em pacientes com câncer de mama HER2-positivo, tratados previamente com trastuzumabe e pertuzumabe, e metástases cerebrais ativas e não tratadas. Resultados preliminares indicaram uma taxa de resposta intracraniana de 73,3%, fornecendo evidências iniciais da eficácia do T-DXd em controlar as metástases cerebrais. Agora, com dados de sobrevida livre de progressão (PFS) de 21 meses e sobrevida global (OS) não atingida após uma mediana de 26,5 meses de acompanhamento, a eficácia do T-DXd foi reforçada. A qualidade de vida e a função neurocognitiva foram mantidas ao longo do tratamento. Um total de 8 eventos adversos (EAs) graves foram relatados em 8 pacientes. Dois pacientes apresentaram doença pulmonar intersticial de grau 2 e uma queda sintomática da fração de ejeção ventricular esquerda de grau 3.
No estudo DEBBRAH, de fase II e braço único, o T-DXd foi avaliado em pacientes com câncer de mama avançado HER2-positivo ou HER2-low com carcinomatose leptomeníngea. Resultados específicos para essa população incluíram uma mediana de sobrevida global de 13,3 meses, sobrevida livre de progressão de 8,9 meses e estabilização da doença prolongada em 71,4% dos pacientes. Não houve progressão intracraniana entre os pacientes com progressão da doença. Eventos adversos sérios não relacionados foram relatados em 57,1% dos pacientes, sem casos de doença pulmonar intersticial/pneumonite.
O estudo ROSET-BM avaliou o T-DXd em pacientes com câncer de mama HER2-positivo e metástases cerebrais e/ou leptomeningeas. As análises de subgrupos revelaram uma mediana de sobrevida livre de progressão de 13,2 meses, NA e 17,5 meses para pacientes com metástases cerebrais ativas, estáveis e leptomeningeas, respectivamente. A taxa de sobrevida global em 1 e 2 anos foi de 74,8% e 56,0%, respectivamente. A segurança foi destacada, com a doença pulmonar intersticial sendo o evento adverso mais comum levando à interrupção do tratamento. Importante ressaltar que este estudo foi retrospectivo, fornecendo uma perspectiva do mundo real sobre a utilização do T-DXd nesse contexto.
Embora os dados de sobrevida global tenham variado entre os estudos, os resultados foram encorajadores, com alguns pacientes alcançando estabilização prolongada. Cada estudo enfocou desfechos específicos, com o TUXEDO-1 destacando a resposta intracraniana, o ROSET-BM a sobrevida global e o DEBBRAH a sobrevida global com foco em carcinomatose leptomeningea. Os resultados coletivos indicam que a combinação trastuzumabe-deruxtecana emerge como uma opção de tratamento promissor para pacientes com câncer de mama HER2-positivo e metástases cerebrais ou carcinomatose leptomeningea, demonstrando eficácia e perfis de segurança gerenciáveis.
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