Quimioterapia baseada em platina no carcinoma neuroendócrino avançado com origem no sistema digestivo - Oncologia Brasil

Quimioterapia baseada em platina no carcinoma neuroendócrino avançado com origem no sistema digestivo

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Estudo de fase 3 do Japan Clinical Oncology Group (JCOG), comparou a eficácia entre dois regimes quimioterápicos à base de platina: cisplatina mais etoposídeo versus cisplatina mais irinotecano 

O carcinoma neuroendócrino avançado com origem no sistema digestivo, é um tumor maligno, raro e de alto grau, para o qual as diretrizes de tratamento indicam sessões de quimioterapia à base de platina. Este estudo de fase III, teve como propósito comparar dois regimes padrões: cisplatina combinada com etoposídeo versus cisplatina mais irinotecano. O principal objetivo foi observar os efeitos na sobrevida global dos pacientes.  

Para compor este estudo foram selecionadas 170 pacientes, com idade de 20 a 75 anos, sem passagem por quimioterapia prévia e que apresentavam carcinoma neuroendócrino recorrente ou irressecável, confirmado histologicamente. A origem do tumor deveria ser no trato gastrointestinal, hepatobiliar ou pâncreas. O braço do etoposídeo recebeu dosagens a cada três semanas, por três dias seguidos, e cisplatina administrada apenas no primeiro dia. Já no braço irinotecano, a cisplatina também era administrada no primeiro dia, porém, as dosagens ocorriam a cada 7 dias – sendo esse padrão repetido a cada 4 semanas. É importante destacar que nesse trabalho foi identificado uma razão de risco de 0,67, um alfa bilateral de 10% e um poder de 80%. 

Os dados desse estudo foram analisados de 2014 a 2020 e demonstram que a sobrevida global mediana foi de 12 meses – 5 meses para aqueles medicados com etoposídeo mais cisplatina e de 10,9 meses para aqueles com irinotecano (HR 1.043, IC 90%, 0.794-1.370, p= 0.797). No quesito taxa de resposta, ela foi 2% maior para o braço etoposídeo. Além de 5,6 meses de sobrevida livre de progressão mediana para esse braço em relação a 5,1 meses no braço irinotecano (HR 1.060, IC 95%, 0.777-1.445). Os efeitos adversos comuns de grau 3-4 foram neutropenia, leucocitopenia e neutropenia febril. 

Diante desses dados, ambos regimes permanecem como quimioterapia de primeira linha – já que segundo o JCOG, não houve superioridade de eficácia entre eles. 

 

Referências: 

Chigusa Morizane,  et al., Randomized phase III study of etoposide plus cisplatin versus irinotecan plus cisplatin in advanced neuroendocrine carcinoma of the digestive system: A Japan Clinical Oncology Group study (JCOG1213). ASCO , American Society of Clinical Oncology . doi:  10.1200/JCO.2022.40.4_suppl.501.