Estudo de fase II, randomizado e de centro único demonstrou superioridade estatística em ganho de sobrevida global com a combinação de SBRT mais pembrolizumabe e trametinibe vs SBRT com gemcitabina, em adenocarcinoma de pâncreas localmente recidivado após cirurgia
Há escassez de estudos que avaliem imunoterapia ou terapias-alvo em câncer de pâncreas localmente recidivado após cirurgia com intenção curativa. Estudo recém-publicado no The Lancet avaliou a eficácia da radioterapia estereotáxica em combinação com pembrolizumabe e trametinibe nesse cenário.
Este foi um estudo de fase II, aberto, randomizado, controlado, que recrutou pacientes com idade ≥ 18 anos, com diagnóstico histológico de adenocarcinoma ductal de pâncreas, presença de mutação em KRAS, marcação imunoistoquímica positiva para PD-L1, ECOG 0-1 e recorrência local documentada após cirurgia seguida de mFOLFIRINOX ou 5-fluoruracil adjuvantes. Os pacientes elegíveis foram randomizados (1:1) através de sistema e voz interativo ou sistema de resposta eletrônico, sem estratificação, para receber SBRT (35-40 Gy em 5 frações) associada ao pembrolizumabe 200mg, endovenoso, a cada 3 semanas e ao trametinibe, oral, 2mg uma vez ao dia (SBRT+P+T) vs SBRT (mesmo regime) com gemcitabina, endovenosa 1000mg/m2 nos dias 1 e 8 cada 21 dias por ciclo por 8 ciclos (SBRT+G) até progressão de doença, morte ou toxicidade inaceitável. O desfecho primário foi sobrevida global (SG) na população com intenção de tratamento. A segurança foi avaliada na população que recebeu pelo menos uma dose de tratamento.
Resultados:
Entre 10 de outubro de 2016 e 28 de outubro de 2017, 198 pacientes foram incluídos, dos quais 170 foram randomizados ao braço de SBRT+P+T(n=85) ou de SBRT+G (n=85). Com um segmento mediano de 23,3 meses, a mediana de SG foi 24,9 meses (95% IC 23,3–26,5) para o grupo SBRT+P+T e 22,4 meses (95% IC 21,2–23,6) para SBRT+G (hazard ratio [HR] 0,60 [95% CI 0,44–0,82]; p=0·0012). Os eventos adversos graus 3/4 mais comuns foram representados por aumento de AST/ALT (12 vs 7%), elevação de bilirrubinas (5 vs 0%), neutropenia (1 vs 11%) e trombocitopenia (1 vs 5%) para SBRT+P+T vs SBRT+G, respectivamente. Eventos adversos graves foram relatados em 19 pacientes (22%) e 12 (14%) nos braços SBRT+P+T vs SBRT+G, respectivamente. Não houve morte relacionada diretamente ao tratamento.
Conclusão:
A combinação de SBRT ao pembrolizumabe e ao trametinibe pode ser uma nova opção de tratamento para pacientes com recidiva local de câncer de pâncreas após cirurgia inicial. Estudos de fase 3 são necessários para confirmar esses achados.
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Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
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