Manutenção com DFMO pode melhorar significativamente a sobrevida livre de eventos e global em pacientes com neuroblastoma de alto risco
Os neuroblastomas de alto risco (HRNB) representam um grande desafio na prática clínica pediátrica, correspondendo a 15% dos tumores nessa faixa etária e envolvendo um tratamento padrão que abrange indução, consolidação e pós-consolidação. Essa abordagem, no entanto, apresenta altas taxas de recorrência (50%), resultando em prognóstico ruim e taxas de sobrevida global em 5 anos inferiores a 10%. Para reduzir o risco de recorrência, a eflornitina (DFMO) está sendo avaliada como uma possível opção de manutenção pós-imunoterapia.
Diante de limitações e vieses em estudos clínicos anteriores, Oesterheld e demais investigadores propõem uma análise de correspondência por score de propensão. Para essa análise, foram realizados os devidos balanceamentos das características de baseline e de risco, resultando em 92 pacientes no grupo DFMO (manutenção pós-imunoterapia por 2 anos) e 852 pacientes no grupo controle (sem DFMO).
As medianas de seguimento foram de 6,1 anos no grupo DMFO e de 5 anos no grupo controle. O tratamento com eflornitina após a imunoterapia melhorou a sobrevida livre de eventos, reduzindo em 50% o risco de eventos ou óbito (HR = 0,50; 95%CI: 0,29-0,84). Também melhorou a sobrevida global, com redução de 62% no risco de óbito (HR = 0,38; 95%CI: 0,19-0,76). Esses resultados se mantêm constantes e confirmados entre as coortes do score de propensão.
De modo geral, a robusta análise apresentada fortalece o eflornitina como um fármaco de manutenção pós imunoterapia com potencial real em reduzir o risco de recorrência em pacientes com HRNB.
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