O glioblastoma multiforme (GBM) é o tipo mais comum e letal de tumor primário cerebral. Novos alvos terapêuticos para o tratamento do GBM que sejam mais eficazes é altamente necessário
Recentemente, foi publicado um estudo na Nature Communications que avaliou o papel funcional da P-selectina (uma molécula adesiva envolvida na rolagem de leucócitos) na progressão do GBM utilizando amostras celulares de pacientes e modelos murinos de GBM.
Os pesquisadores observaram que as células de GBM hiperexpressam e hipersecretam P-selectina e a microglia/macrófago hiperexpressa P-selectina e PSGL-1 (ligante 1 da glicoproteína P-selectina) quando as células GBM e microglia/macrófago são expostas umas às outras.
Para elucidar, então, o papel do eixo P-selectina/PSGL-1 na progressão do GBM, os pesquisadores bloquearam a P-selectina (seja por um inibidor disponível comercialmente ou pela geração de células knockdown de GBM). A análise de RNA sequencial das células de micróglias/macrófagos derivadas de GBM revelou um aumento nas assinaturas pró-inflamatórias e de recrutamento de linfócitos T em comparação com as células controle (negativas para GBM).
Os resultados mostraram uma redução significativa no volume do tumor avaliado por imagens de ressonância magnética em ambos os modelos celulares e houve ganho de sobrevida no modelo murino. Houve uma clara redução na proliferação e densidade de vasos sanguíneos tumorais. Observou-se aumento de células T CD8+ e diminuição de células T CD4+/FOXP3+ nos tumores tratados com inibidores da P-selectina, demonstrando efeito antitumoral não apenas nas células de GBM, como também no microambiente cerebral.
Os autores concluem que o bloqueio da função da P-selectina levou a um crescimento retardado do tumor, ganho de sobrevida e maior infiltração imune in vivo. As descobertas sugerem que a expressão de P-selectina em células GBM modula a ativação de microglia/macrófago, assim como o recrutamento de células T, apresentando uma potencial abordagem terapêutica futura para o GBM.
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