Neste Resumo, os resultados apresentados demonstraram que a resposta gerada pelo PET/CT de 68Ga-PSMA, uma abordagem de tomografia por emissão de pósitrons/tomografia computadorizada utilizando o antígeno de membrana específico da próstata 68Ga, aparenta ser mais precisa do que o monitoramento de PSA para prever a sobrevivência ao início do tratamento com a enzalutamida no câncer de próstata metastático resistente à castração
A tomografia por emissão de pósitrons/tomografia computadorizada do antígeno de membrana específico da próstata 68Ga (em inglês, 68Ga prostate specific membrane antigen positron emission tomography/computed tomography – 68Ga-PSMA PET/CT) tem sido uma valiosa ferramenta de diagnóstico altamente sensível cuja adoção está aumentando constantemente em pacientes com câncer de próstata, também para monitorar a resposta às terapias. No presente estudo, os autores se propuseram a avaliar o impacto da resposta 68Ga-PSMA PET/CT, em comparação com a resposta do antígeno específico da próstata (PSA), em pacientes tratados com enzalutamida como terapia de primeira linha (1L) para câncer de próstata metastático resistente à castração, em um estudo prospectivo observacional.
No período entre outubro/2017 e maio/2022, 70 pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração consecutivo foram tratados com enzalutamida (160 mg QD) como primeira linha de tratamento, e submetidos a PET/CT com 68Ga-PSMA dentro de 3 semanas antes (linha de base) e 12 semanas (SD: ±4 semanas) após o início do tratamento. Nesse cenário, os pesquisadores mensuraram em ambos os momentos, a soma do volume metabólico total (sMTV), volume de captação padronizado médio e máximo (sSUVmean e sSUVmax, respectivamente) e atividade total da lesão (sTLA), que é o produto do volume metabólico total e do volume de captação padronizado médio, para um máximo de 20 lesões.
Com base nos critérios EAU/EANM, os pacientes foram categorizados como respondedores ao PSMA (PET-R, em caso de resposta completa/parcial ou doença estável) ou não respondedores ao PSMA (PET-NR, em caso de doença progressiva). Com base no PSA, os pacientes foram classificados como respondedores bioquímicos (PSA-R, em caso de diminuição do PSA ≥ 50%) ou não respondedores (PSA-NR em todos os outros casos). A análise de sobrevivência foi realizada utilizando o modelo de regressão de risco de Cox e o método de Kaplan-Meier.
Os resultados no ponto de corte dos dados (31 de dezembro de 2023), definiram 69 pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração como totalmente avaliáveis. No presente estudo, a idade mediana foi de 75 anos (intervalo: 47-91), a sobrevida global foi <8 em 24 (35%) e ≥8 em 37 (53%), a mediana do PSA basal foi de 2,57 µg/L (intervalo: 0,09-197). Foi observado uma mediana de sSUVmax de 41,6, mediana de SSUVmean de 28,2 e mediana de sTLA de 44,8. O acompanhamento médio foi de 57 meses. Adicionalmente, os autores também relataram no presente estudo, os resultados de sobrevivência de acordo com a resposta do PSA e PET. As diferenças entre os grupos discordantes não foram estatisticamente significativas tanto para a sobrevida mediana livre de progressão (mPFS) quanto para a mediana da sobrevida global (mOS) (p=0,09 e 0,41, respectivamente), mesmo que tenha sido demonstrada uma tendência positiva para PET. Na análise multivariada, apenas o sTLA às 12 semanas foi significativamente associado tanto com mPFS (p=0,0004) como com mOS (p=0,0006).
Em conclusão, os resultados apresentados demonstraram que a resposta PET/CT de 68Ga-PSMA pareceu mais precisa do que o monitoramento de PSA para prever a sobrevivência ao início da enzalutamida no câncer de próstata metastático resistente à castração. Alguns parâmetros PET podem prever melhor o benefício de sobrevivência e necessitam de validação futura.
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