Após quase cinco anos de follow–up, estudo demonstrou benefício de sobrevida global da combinação daratumumabe, lenalidomida e dexametasona na população estudada
Escrito por Dr. Marcello Queiroz
Durante o congresso da European Hematology Association (EHA) 2021, destacou-se a apresentação oral sobre os dados atualizados de sobrevida global e eficácia do MAIA, um estudo de fase III cujos dados preliminares demonstravam o benefício do tratamento com a associação de daratumumabe (DARA), lenalidomida e dexametasona em pacientes com mieloma múltiplo recém-diagnosticado (MMRD) inelegíveis à transplante. Na análise inicial, DARA com lenalidomida e dexametasona (D-Rd) reduziu o risco de progressão de doença ou óbito em 44% versus lenalidomida e dexametasona (Rd).
Pacientes com MMRD inelegíveis para altas doses de quimioterapia ou transplante autólogo devido à idade >=65 anos ou comorbidades foram randomizados 1:1 para D-Rd ou Rd. Todos os pacientes recebiam ciclos de 28 dias de Rd (R: 25mg oral duas vezes ao dia no D1-D21; d: 40mg oral no D1,8,15 e 22) com ou sem DARA (16mg/kg IV uma vez por semana nos ciclos 1-2, uma vez a cada duas semanas nos ciclos 3-6 e uma vez a cada quatro semanas após).
Cerca de 737 pacientes (D-rd 368, RD 369) foram incluídos, com características entre os grupos semelhantes. Após um seguimento médio de quase cinco anos (56,2 meses) uma redução do risco de morte significativa de 32% foi observada em favor da combinação D-Rd, com a sobrevida global (SG) mediana não sendo alcançada em nenhum dos dois braços (HR 0,68; 95% IC 0,53-0,86; P=0,0013, cruzando o limite de parada pré-especificado de P=0,0414).
A SG em cinco anos foi 66,3% com D-Rd e 53,1% com Rd. A mediana de sobrevida livre de progressão (SLP) em cinco anos não foi alcançada com D-Rd versus 34,4 meses com Rd (HR, 0,53; 95% CI, 0,43-0,66; P<0,0001), com uma SLP em cinco anos estimada de 52,5% para D-Rd e 28,7% com Rd. A taxa de resposta (TR) atualizada foi 92,9% com D-Rd versus 81,6% com Rd (P<0.0001).
Como conclusão, os autores reforçam que após quase cinco anos de seguimento, demonstrou-se um benefício clínico e significativo da SG com o uso de D-Rd em paciente com MMRD inelegíveis à transplante, representando uma redução de 32% no risco de morte, além da manutenção do benefício significativo em SLP. Esta atualização, em conjunto com dados previamente publicados, reforçam o uso de regimes combinados à base de DARA para alcançar objetivos a longo prazo nessa população estudada.
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