Sacituzumabe govitecano e pembrolizumabe para câncer urotelial metastático - Oncologia Brasil

Sacituzumabe govitecano e pembrolizumabe para câncer urotelial metastático

2 min. de leitura

A coorte 3 do estudo TROPHY-U-01, de fase 2, analisou os desfechos da terapia combinada com sacituzumabe govitecano e pembrolizumabe em pacientes com câncer urotelial metastático que progrediram após quimioterapia à base de platina

As terapias com inibidores de checkpoint imunológico removem os sinais inibitórios dos linfócitos T e são consideradas padrão para aqueles submetidos aos regimes à base de platina. Anteriormente, a monoterapia com sacituzumabe govitecano (SG) demonstrou atividade significativa e risco de segurança gerenciável, com taxa de resposta objetiva de 27% e sobrevida global mediana de 11 meses. Agora, neste estudo multicoorte aberto e global, os pesquisadores buscaram indicar os principais desfechos de SG em combinação com pembrolizumabe em pacientes virgens de terapia com inibidores de checkpoint imunológico. 

Para serem considerados elegíveis, os doentes deveriam apresentar câncer urotelial metastático mensurável, depuração de creatinina maior ou superior à 30 ml/min, além de desempenho entre 0-1 no ECOG. Seguindo estes critérios, foram selecionados 41 pacientes, com idade mediana de 67 anos, que haviam passado por 1 a 3 regimes anticâncer e dos quais 34 eram do sexo masculino. Eles receberam pelo menos uma dose de SG de 10 mg/kg, definida previamente em um projeto Simon de 2 estágios. Após a medicação, foram acompanhados por um tempo médio de 5,8 meses, sendo a resposta observada depois de um período médio de 2 meses.

Os resultados possuem um intervalo de confiabilidade de 95% e no que tange à taxa de resposta observada pelo investigador, considerando uma revisão central independente cega por critérios de avaliação de reposta em tumores sólidos, ela foi de 34%, apresentando 1 resposta completa e 13 parciais. Também foi medida uma taxa de benefício clínico de 44%, compreendendo as respostas completas e incompletas somadas aos valores de doença estável. Já a taxa de sobrevida livre de progressão de 6 meses, foi calculada em 47%. Os efeitos adversos mais comuns registrados foram: diarreia (76%), náusea (59%), anemia (56%), neutropenia (44%) e astenia (41%), dentre os quais cerca de 59% dos pacientes apresentaram EAs de grau maior ou igual a 3, e dois pararam o tratamento devido aos efeitos colaterais. Porém, nenhuma morte foi contabilizada. 

Assim, o uso da combinação de sacituzumabe govitecano com pembrolizumabe no cenário de 2ª linha, deve ser encorajado e tem níveis de segurança gerenciáveis. No entanto, algumas limitações como falta de randomização, tamanho amostral pequeno e segmento curto tornam necessária uma avaliação adicional para composição de resultados mais robustos. 

 

Referências 

 Grivas P, et al., TROPHY-U-01 Cohort 3: Sacituzumab govitecan (SG) in combination with pembrolizumab (Pembro) in patients (pts) with metastatic urothelial cancer (mUC) who progressed after platinum (PLT)-based regimens. ASCO Genitourinary Cancers Symposium.2022 . doi:10.1200/JCO.2022.40.6_suppl.434.