Neste vídeo, Dr. Guilherme Perini, Médico Hematologista no Hospital Israelita Albert Einstein e Coordenador de Hematologia do Grupo Americas, comenta sobre os primeiros resultados do estudo SHINE, um estudo clínico no qual participou como investigador.
Os resultados do estudo demonstram que a administração adicional de ibrutinibe associado à quimioterapia padrão bendamustina + rituximabe é capaz de aumentar a sobrevida livre de progressão sem alterar drasticamente o perfil de segurança do tratamento padrão.
O linfoma de células do manto (LCM) trata-se de um subtipo de linfoma não-Hodgkin de células B, compreendendo 6% dentre todos os tipos de linfomas. Atualmente, é considerada uma doença sem cura, no entanto novos tratamentos buscam aumentar a duração da resposta. Frente a isso, o estudo SHINE, avalia o emprego de ibrutinibe, um inibidor da tirosina quinase de Bruton, em combinação com bendamustina (agente alquilante) e rituximabe (anti-CD20), em pacientes idosos (≥65 anos) com LCM não tratados previamente.
O estudo contou com 523 pacientes, randomizados em um braço de tratamento recebendo ibrutinibe (560mg/dia via oral até progressão ou toxicidade limitante) e outro braço placebo (n = 261 e 262, respectivamente). Em ambos os braços do estudo foram associados 6 ciclos da quimioterapia padrão de bendamustina (90mg/m²) + rituximabe (375mg/m²). Aqueles pacientes respondedores (resposta completa ou parcial) seguiram em manutenção com rituximabe a cada 8 semanas até totalizarem no máximo 12 doses adicionais.
A mediana de follow-up do estudo foi de 84,7 meses. Comparativamente, a mediana de sobrevida livre de progressão foi de 80,6 meses em ibrutinibe e de 52,9 meses no grupo placebo, o que retornou diferença significativa relacionada a esse desfecho primário (hazard ratio para progressão da doença ou óbito: 0,75; 95% CI: 0,59 a 0,96; p=0,01). No braço tratado com ibrutinibe, 65,5% dos pacientes obtiveram resposta completa ao passo que 57,6% dos pacientes com placebo alcançaram esse mesmo benefício (p = 0,06). Com relação à sobrevida global essa não teve diferença entre os grupos. A incidência de eventos adversos graves (Graus 3 e 4) foi de 81,5% e 77,3% em ibrutinibe e placebo, respectivamente.
Os resultados do estudo SHINE publicados no The New England Journal of Medicine e apresentados no EHA 2022 demonstram maior sobrevida livre de progressão com a administração de ibrutinibe em detrimento da quimioterapia padrão isolada, com um bom e consistente perfil de segurança no tratamento em primeira linha de LCM em pacientes idosos.
No vídeo, o especialista discute os resultados apresentados, abordando os possíveis impactos na prática clínica. Vale a pena assistir e conferir o conteúdo completo!
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