Terapia alvo adjuvante no paciente CPNPC EGFRm: estudo clínico ADAURA - Oncologia Brasil

Terapia alvo adjuvante no paciente CPNPC EGFRm: estudo clínico ADAURA

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Neste vídeo, Dr. Thiago Bueno, oncologista clínico do A. C. Camargo Cancer Center, comenta sobre os dados do estudo atualizados do estudo ADAURA, destacando a importância deste estudo para o cenário do tratamento adjuvante de pacientes com câncer de pulmão não pequenas células.   

Confira o vídeo, e acompanhe a análise completa do especialista sobre os dados deste estudo, e como eles podem ser interpretados no cenário atual para o tratamento adjuvante do CPNPC. Vale a pena conferir o conteúdo completo! 

 

 O estudo de fase III ADAURA foi projetado apara avaliar a eficácia e segurança osimertinibe vs. placebo em pacientes com carcinoma de pulmão de células não pequenas (CPNPC) positivo para mutação de EGFR em estágio IB-IIIA ressecado. Os pacientes elegíveis para o estudo foram randomizados 1:1, para osimertinibe ou placebo por até três anos. Nessa atualização do estudo, que foi apresentada no Congresso ESMO 2022, foram apresentados os dados de sobrevida livre de doença (SLD) em pacientes estágio II-IIIA, como desfecho primário do estudo; SLD em pacientes estágio IB-IIIA, sobrevida global e segurança do tratamento, como desfechos secundários. Além disso, os padrões de recorrência e SLD no sistema nervoso central (SNC) foram desfechos exploratórios pré-especificados 

682 pacientes foram randomizados, (osimertinibe, n=339; e placebo, n=343). Em pacientes com a doença em estágio II-IIIA, a SLD atingiu um HR de 0,23 (IC95% 0,18 – 0,30; 242/470 eventos; 51% de maturidade). A taxa de SLD em 3 anos foi de 84 % com osimertinibe vs 34% com placebo. Na população geral (estágio IB-IIIA), a SLD atingiu um HR de 0,27 (IC95% 0,21 – 0,35; 305/682 eventos). A taxa de SLD em 3 anos foi de 85% vs. 44% do placebo. 

No braço osimertinibe, o número de pacientes que relataram recorrência da doença local/regional ou ao longo do tempo foi menor vs. braço placebo, a SLD no sistema nervoso central (SNC) atingiu um HR de 0,24 em pacientes estágio II-IIIA (IC95% 0,14 – 0,42; 63/470 eventos). O perfil de segurança de osimertinibe se manteve consistente com o anteriormente relatado.  

No vídeo, o especialista destaca que esses resultados se comparam aos resultados de outros estudos que avaliam a utilização de imunoterapia adjuvante no tratamento do câncer de pulmão, como o estudo IMpower010. Apesar da comparação, o especialista chama atenção para o fato de que as populações destes dois estudos são diferentes, já que no IMpower010 os pacientes candidatos à imunoterapia adjuvante eram aqueles que não eram portadores de mutações em EGFR, enquanto apenas pacientes com EGFR mutado são candidatos ao tratamento adjuvante com osimertinibe.  

Dr. Thiago Bueno finaliza comentando que então o impacto prático deste estudo é consolidar o osimertinibe como tratamento padrão na adjuvância de pacientes com CPNPC ressecados, estágios clínicos IB-IIIA e presença de mutação do EGFR, já que o estudo traz mais embasamento para a utilização dessa estratégia de tratamento, neste cenário, além de demonstrar agora a nossa necessidade de testagem dos pacientes mesmo com doença inicial operada com intuito curativo, para que haja a possibilidade de oferecer o osimertinibe adjuvante a esses pacientes.

Referência:  

1 – Abstract LBA47 – M. Tsuboi et al. Osimertinib as adjuvant therapy in patients (pts) with resected EGFR-mutated (EGFRm)stage IIB-IIIA non-small cell lung cancer (NSCLC): Update results from ADAURA. ESMO Annual World Congress – ESMO 2022