Estudo apresentado no World Conference on Lung Cancer 2024, revela que pacientes com câncer de pulmão não pequenas células ALK+ tratados com terapias-alvo, mantêm benefícios clínicos em linhas terapêuticas subsequentes.
O câncer de pulmão é o tipo tumoral mais diagnosticado e principal causa de óbito relacionado à patologia. Dentre seus subtipos, o câncer de pulmão de não-pequenas células (CPNPC) compreende cerca de 85% dos casos¹. Seu tratamento é frequentemente estabelecido com base em mutações drivers que permitem alvos acionáveis para terapia. A exemplo dessas mutações, temos os rearranjos ou fusão de ALK, gene com alterações drivers observadas de 3-5% dos CPNPC². A presença de mutações em ALK, permitem um tratamento baseado nos inibidores de tirosina (TKI) quinase que já se encontram em sua terceira geração com progressão de potência, ganho de seletividade e penetrabilidade no SNC².
Um dos grandes desafios da prática clínica dos TKIs é o desenvolvimento de resistência terapêutica, tanto on-target (mutações nos domínios de ALK) quanto off-target. Frente a isso, o desenvolvimento e avanço das gerações de TKI também buscam superar essas resistências e, consequentemente, aumentando sua eficácia². Atualmente, os TKIs, especialmente aqueles de 2ª geração, já se estabeleceram enquanto terapia padrão de primeira linha, no entanto, fatores como resistência, recorrência, progressão em SNC, seguem como desafios a serem suplantados³.
Nesse contexto, o lorlatinibe é um inibidor de ALK de terceira geração, com maior potencial farmacológico que os seus antecessores, possui cobertura para todo o espectro de mutações de resistência em ALK e capaz de atravessar a barreira hematoencefálica³. Resultados anteriores do follow-up de 5 anos do estudo de fase III, CROWN, comparando crizotinibe (2ª geração) versus o lorlatinibe em primeira linha de tratamento de CPNPC avançado ALK+ demonstraram uma mediana de sobrevida livre de progressão (SLP) não atingida no braço lorlatinibe, comparada a uma mediana de 9,1 meses em crizotinibe, resultando em uma redução de 81% no risco de óbito (HR = 0,19; 95%CI: 0,13-0,27) em pacientes tratados com o TKI de 3ª geração4.
Na 2024 World Conference on Lung Cancer, o Prof. Tony Mok apresentou uma análise após os 5 anos de follow-up onde avaliam a eficácia de tratamentos subsequentes após descontinuação do lorlatinibe ou crizotinibe. O estudo avaliou 38 pacientes em lorlatinibe (23 que receberam TKI como linha subsequente) e 109 em crizotinibe (101 receberam TKI como linha subsequente). Foi considerada a sobrevida livre de progressão à primeira terapia sistêmica pós lorlatinibe ou crizotinibe como endpoint do estudo. Para esse critério, a mediana de SLP não foi alcançada para os pacientes previamente tratados com lorlatinibe em relação a uma mediana de 37,9 meses em crizotinibe. Portanto, o tratamento com lorlatinibe reduziu em 57% o risco de progressão ou óbito em linhas subsequentes. Confirmando, os benefícios clínicos denotados pela SLP, a taxa de resposta objetiva também foi superior em lorlatinibe, com uma taxa de 23,7% comparado a 17,4% do grupo crizotinibe5.
Esses resultados demonstram que as linhas terapêuticas subsequentes ao uso de lorlatinibe parecem oferecer benefícios adicionais. Dessa forma, mesmo após a descontinuação do lorlatinibe, as terapias seguintes continuam a proporcionar benefícios, o que reforça sua posição como fármaco de escolha em primeira linha para pacientes com CPNPC ALK+, especialmente frente aos mecanismos de resistência terapêutica.
Referências:
Bula de XALKORI®
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.