Update de 5 anos do KEYNOTE-522: Benefício clínico de pembrolizumabe e quimioterapia neoadjuvante no tratamento do câncer de mama triplo negativo em estádio inicial - Oncologia Brasil

Update de 5 anos do KEYNOTE-522: Benefício clínico de pembrolizumabe e quimioterapia neoadjuvante no tratamento do câncer de mama triplo negativo em estádio inicial

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Neste vídeo, Dra. Debora Gagliato, Oncologista Clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, aborda a atualização do estudo KEYNOTE-522 apresentada durante o congresso da European Society for Medical Oncology – ESMO ® 2023. Neste update de 5 anos, se confirmou que pacientes tratados com pembrolizumabe e quimioterapia neoadjuvante seguido de pembrolizumabe adjuvante apresentaram redução no risco de eventos, sobretudo progressão ou recorrência à distância. Vale a pena conferir o conteúdo na íntegra! 

O câncer de mama triplo negativo (CMTN), dentre os tumores que acometem as mamas, está associado às menores taxas de sobrevida global, devido associação com recorrência precoce e altas taxas de mortalidade. O tratamento padrão para tumores em early stage é a quimioterapia neoadjuvante com intenção curativa, que permite maior ressecabilidade tumoral e preservação das mamas. Nesta proposta terapêutica, pacientes que alcançam resposta patológica completa apresentam sobrevida livre de eventos (SLE) e sobrevida global (SG) duradouras. 

 Com o avanço da imunoterapia com inibidores de checkpoints e a sinergia entre quimioterapia e imunoterapia, o estudo clínico de fase IIII, Keynote-522, avaliou a eficácia e segurança da terapia neoadjuvante com pembrolizumabe (anti-PD1) + quimioterapia comparado ao placebo + quimioterapia neoadjuvante padrão, seguida de terapia adjuvante com pembrolizumabe ou placebo em pacientes com CMTN em estadios iniciais (T1c N1-2 ou T2-4 N0-2). 

Na ESMO Congress 2023, Peter Schmid e demais investigadores apresentam os resultados da sexta análise interina do estudo com dados de sobrevida livre de eventos (SLE) em aproximadamente 5 anos de follow-up do estudo Keynote 522. Foram randomizados 1174 pacientes para Pembrolizumabe (n=784) e Placebo (n=390), dos quais, após mediana de follow-up de 63,1 meses, 18,5% e 27,7%, respectivamente, apresentaram algum evento na análise de sobrevida livre de evento, demonstrando que o tratamento com pembrolizumabe reduziu em 37% o risco de evento (HR = 0,63; 95% CI: 0,49-0,81). A taxa de SLE em 60 meses foi superior no grupo pembrolizumabe, 81,3% (78,4-83,9) vs 72,3% (67,5-76,5), sem que a mediana tenha sido atingida nos grupos. 

Considerando a avaliação de SLE, o primeiro evento mais frequente foi a recorrência à distância, que ocorreu em 9,2% no grupo pembrolizumabe e 14,1% no grupo placebo. Em 60 meses, com 210 eventos à distância contabilizados, as taxas de sobrevida livre de progressão da doença à distância foram de 84,4% e 76,8% no grupo pembrolizumabe e placebo, respectivamente, que resultam em diminuição de 36% no risco de recidiva ou progressão à distância (HR = 0,64; 95% CI: 0,49-0,84]), favorecendo o grupo de pacientes tratados com pembrolizumabe. Cabe ressaltar que esses resultados são consistentes entre os subgrupos pré-especificados. 

Ainda que as análises de sobrevida global estejam em andamento, os resultados atualizados do estudo Keynote-522 sustentam o benefício clínico do regime de pembrolizumabe+quimioterapia neoadjuvante seguido de pembrolizumabe adjuvante em câncer de mama triplo negativo early stage, independentemente do desfecho de resposta patológica completa. 

 

Referências

  1. Schmid P, Cortes J, Dent R, et al. Event-free Survival with Pembrolizumab in Early Triple-Negative Breast Cancer. N Engl J Med. 2022.
  2. Schmid P, et al. LBA18 – Pembrolizumab or placebo plus chemotherapy followed by pembrolizumab or placebo for early-stage TNBC: Updated EFS results from the phase III KEYNOTE-522 study. ESMO Congress 2023. 

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