Neste vídeo, Dr. Tulio Pfiffer, médico Oncologista Clínico no Hospital Sírio-Libanês, apresenta os dados finais do estudo TOPAZ-1, que foi apresentado no 2022 ASCO® Gastrointestinal Cancers Symposium. O estudo demonstrou benefícios significativos com o acréscimo de durvalumabe ao esquema de tratamento de primeira linha de pacientes com tumores de vias biliares irressecáveis ou recorrentes
Tumores de vias biliares (TVB) são raros, heterogêneos e conferem aos pacientes portadores dessa entidade um mau prognóstico. Estudos que avaliaram a imunogenicidade desses tumores, sugeriram que o uso de inibidores de checkpoints imunes (ICIs) no seu tratamento poderia resultar em boas respostas antitumorais. Porém, estudos clínicos reportaram atividade limitada do uso de ICIs em monoterapia para o tratamento de TVB avançados. A combinação do ICI durvalumabe (anti-PD-L1) com o doublet de quimioterapia gencitabina e cisplatina (GC) demonstrou atividade promissora no tratamento de TVB avançados em um estudo de fase II.
O estudo TOPAZ-1, apresentado no 2022 ASCO® Gastrointestinal Cancers Symposium, foi o primeiro estudo de fase III a avaliar a combinação de ICI e GC no tratamento de primeira linha de TVB avançado. Pacientes que não tivessem recebido tratamento prévio para TVB localmente avançado irressecável, recorrente ou metastático eram randomizados na razão de 1:1 para receber GC (gencitabina 1000 mg/m2 e cisplatina 25 mg/m2 nos dias 1 e 8) e durvalumabe 1500 mg ou placebo a cada 03 semanas por até 8 ciclos. Após a primeira fase de tratamento, pacientes recebiam manutenção com durvalumabe 1500mg ou placebo a cada 04 semanas até progressão de doença ou toxicidade limitante. Pacientes randomizados eram estratificados por status de doença (inicialmente irresecável versus recorrente) e localização do tumor primário (colangiocarcinoma intra-hepático, colangiocarcinoma extra-hepático ou tumor de vesícula biliar).
O objetivo primário do estudo era a avaliação de sobrevida global (SG). Análises secundárias incluíam sobrevida livre de progressão (SLP), taxa de resposta objetiva (TRO) e segurança. 341 pacientes foram randomizados para receber GC + durvalumabe e 344 pacientes para receber GC + placebo. O desfecho primário do estudo foi atingido, comprovando a hipótese de que o acréscimo de durvalumabe ao esquema GC levou a um incremento na mediana de sobrevida global de 11,5 para 12,8 meses (HR 0,80 [95% CI 0,66–0,97]; p=0,021).
Houve também aumento na mediana de SLP de 5,7 para 7,2 meses (HR 0,75 [95% CI 0,64–0,89]; p=0,001). A TRO foi de 26,7% com o uso de durvalumabe versus 18,7% com placebo. Eventos adversos de graus 3 e 4 relacionados ao tratamento ocorreram em 62,7% dos pacientes recebendo durvalumabe e 64,9% dos pacientes recebendo placebo, sendo que 8,9% e 11,4% dos eventos levaram a descontinuação do tratamento respectivamente.
Em conclusão, o acréscimo de durvalumabe ao esquema de tratamento de primeira linha com GC levou a um incremento nas medianas de SG e SLP, além de demonstrar melhores TRO para os pacientes com TVB irressecáveis ou recorrentes tratados em primeira linha.
Vale a pena assistir ao vídeo e conferir o conteúdo completo!
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