Após um segmento de quatro anos, a combinação permanece superior à de clorambucil-obinituzumab em sobrevida livre de progressão e taxa de remissão profunda. Assista ao vídeo com análise do Dr. Nelson Hamerschlak
O estudo randomizado de fase III CLL 141 já havia demonstrado a superioridade da combinação de obinutuzumab+venetoclax (VenG) versus obinutuzumab+clorambucil (GClb) em sobrevida livre de progressão (SLP) no tratamento de primeira linha de pacientes com leucemia linfocítica crônica com CIRS>6 ou clearence de creatinina <70 ml/min (HR 0,35; 95% IC, 0,23 – 0,53; p<0,001), mesmo na presença de marcadores genômicos de mal prognóstico em um segmento inicial de 28,1 meses. Adicionalmente, foi demonstrado alta taxa de doença residual mínima (DRM) identificável após 1 ano de tratamento com VenG. No EHA Virtual Congress 2021, foram apresentados os dados atualizados de sobrevida livre de progressão (SLP) e de remissão profunda após quatro anos de segmento.
Um total de 432 pacientes foram randomizados (1:1) e cada grupo recebeu 12 ciclos de tratamento a cada 28 dias. obinutuzumab foi administrado de forma intravenosa por 6 ciclos, iniciando 100mg no dia 1 e 900mg no dia 2 (ou 1000mg no dia 1), 1000mg nos dias 8 e 15, seguindo por 1000mg no dia 1 dos demais ciclos. clorambucil, via oral, numa dose de 0,5mg/kg foi administrando nos dias 1 e 15 dos 12 ciclos. venetoclax, via oral e diário, foi iniciado no dia 22 do primeiro ciclo com escalonamento de dose por semana (20, 50, 100, 200 até 400mg) até o fim dos 12 ciclos. O desfecho primário do estudo foi SLP avaliada pelo investigador. Os desfechos secundários foram SLP avaliada por um comitê independente, DRM no sangue periférico e na medula óssea, taxa de resposta, DRM naqueles com resposta completa e sobrevida global (SG). Os desfechos foram inicialmente analisados em toda população randomizada.
Resultados:
Após uma mediana de segmento de 52,4 meses, o grupo VenG continuou com SLP superior comparado ao GClb (mediana não atingida vs. 36,4m; [HR] 0,33 [95% CI 0,25-0,45], p<0,0001). Após 4 anos da randomização a SLP estimada foi de 74% no braço VenG e 35,4% no GClb. Esse benefício foi mantido independente de diferenças clínicas e biológicas, incluindo alterações de TP53 e de IGHV. O tempo para o próximo tratamento foi significativamente maior no grupo VenG (81,1% vs. 59,9%; HR 0,46, 95% CI [0,32-0,65], p<0,0001). A maioria dos pacientes receberam inibidores de BTK em segunda linha, obtendo taxas de respostas de 57,1 (VenG) e 55,6% (GClb). Após 30 dias de término do tratamento, 26,9%, 21,8 e 13,4% dos pacientes no grupo VenG apresentavam DRM indetectável, baixa e alta respectivamente, comparado com 3,2%, 8,8% e 28,2% no braço GClb. Em 4 anos de segmento, nenhuma diferença de sobrevida foi observada entre os grupos VenG e GClb (85,4% vs. 83,1% respectivamente). Nenhum novo perfil de toxicidade foi observado.
Conclusão:
Após quatro anos de segmento, a combinação de VenG permanece com maior eficácia em SLP e remissão profunda comparada à GClb. A maioria dos pacientes permanece livre de doença 3 anos após completar o tratamento com VenG.
Assista à análise completa do Dr. Nelson Hamerschlak no vídeo:
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