Debates às vezes intensos dominam o ambiente dos grandes congressos e simpósios. No 2018 Genitourinary Cancers Symposium, em São Francisco, Califórnia, uma dessas discussões colocou de um lado a droga abiraterona e, de outro, o docetaxel para determinado nicho de câncer de próstata.
A Dra. Ana Paula Cardoso, titular do Centro de Oncologia e Hematologia Einstein Família Dayan-Daycoval, fez um amplo relato sobre o assunto para o Grupo LACOG-GU, a convite do Grupo ONCOLOGIA BRASIL. Ela explicou que, nos últimos anos, tem se tornado uma tarefa difícil decidir entre as duas drogas para pacientes virgens de tratamento e pacientes sensíveis à castração. Isso porque “apesar de uma parte dos médicos ter a tendência de passar uma medicação oral com melhor posologia, outros optam pela quimioterapia porque querem tratar uma doença mais agressiva, com uma resposta mais rápida com docetaxel”. Mas a grande verdade, advertiu ela, é que essas drogas foram testadas no mesmo cenário, para o mesmo perfil de paciente. “São pacientes com alto volume de doença, de alto risco, que têm doença metastática e visceral.”
Então ainda não há resposta para essa pergunta, principalmente para pacientes não metastáticos M0. Nesse cenário, explicou Dra. Ana Paula, fica ainda mais difícil a resposta dessas medicações, os dados são ainda mais imaturos.
A especialista comentou as atualizações do STAMPEDE com os dados de docetaxel comprovando benefícios na população M0, mas não por enquanto em relação à sobrevida global: “O estudo conseguiu comprovar diminuição de recorrência, aumento de tempo para recorrência de doença, mas ainda assim não tivemos os dados completos de sobrevida global”.
A convidada do ONCOLOGIA BRASIL finalizou recomendando a saudável e contínua discussão entre o médico e o paciente a respeito do custo-benefício e da toxicidade das medicações.
Confira abaixo o vídeo com a especialista:
Continue a acompanhar a cobertura do ASCO GU 2018 realizada pela Oncologia Brasil, diretamente de San Francisco, de 8 a 10 de fevereiro.
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