A imunoterapia foi uma importante descoberta em Oncologia, com drogas registradas e aprovadas para uso em um número cada vez maior de tumores, mas pouco se sabe sobre sua segurança em pacientes com HIV e câncer. Um novo estudo que será apresentado na ESMO 2018, congresso que está sendo realizado em Munique na Alemanha, entre os dias 19 e 23 de Outubro, sugere que o tratamento com inibidores de checkpoint imunes PD-1/PD-L1 (que têm como alvo o mesmo sistema afetado pelo vírus HIV) é viável nessa população, a qual atualmente tem no câncer sua principal causa de morte.
De acordo com o autor do estudo, Dr. Aurélien Gobert, de Paris-FR, há 2 milhões de pessoas vivendo com HIV hoje na Europa, as quais estão sob alto risco de vários tipos de câncer, sobretudo câncer anal, de pele, de cabeça e pescoço e pulmão. O estudo analisou uma coorte de pacientes tratados com imunoterapia em conjunto com acompanhamento de contagem de linfócitos CD4+ de carga viral. Foram analisados 20 pacientes (1 com melanoma metastático; 19 com câncer de pulmão NSCLC) em uso de nivolumabe. Nenhuma morte ou evento adverso imunomediado foi relatado, mas um paciente teve reativação do vírus após interrupção de terapia antirretroviral (TARV).
Em 17 indivíduos em que foi realizada avaliação de resposta, 4 apresentaram resposta parcial, 2 mostraram doença estável e 11 tiveram progressão de doença na primeira avaliação. Esse resultado, juntamente a resultados prévios de coortes similares, reforçam a segurança de tratamentos com anti-PD-1 em pacientes vivendo com HIV, desde que em uso paralelo de TARV. A eficácia e as taxas de resposta dessas medicações nesse grupo de pacientes se mostraram semelhantes àquelas em pacientes com câncer, porém infecção por HIV.
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