VITAL: Birtamimabe no tratamento da amiloidose avançada - Oncologia Brasil

VITAL: Birtamimabe no tratamento da amiloidose avançada

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Estudo analisa os benefícios na sobrevida trazidos pelo uso do birtamimabe no tratamento de pacientes com amiloidose de cadeia leve amiloide 

 

A amiloidose de cadeia leve amiloide (AL) é um distúrbio progressivo, associado a alta mortalidade e causado pelo mal dobramento de cadeias leves produzidas por células plasmáticas. O birtamimabe, medicamento usado no tratamento desse distúrbio, é um anticorpo monoclonal concebido para neutralizar o amiloide solúvel circulante e depletar o amiloide depositado insolúvel, promovendo a depuração fagocitária. O uso desse medicamento tem se demonstrado promissor. Em 2018, o estudo VITAL de Fase III – multicêntrico, global, randomizado, duplo-cego- demonstrou que a taxa de risco final (HR) favoreceu numericamente o uso de birtamimabe precedido de tratamento padrão (HR= 0,826 [95% IC]) em relação ao tratamento com placebo, em um grupo de pessoas recém-diagnosticadas com AL, virgens de tratamento e com alterações cardíacas. Ao longo de 9 meses também foi realizada uma análise post hoc acerca do tempo para mortalidade por todas as causas (ACM), revelando um benefício de sobrevida significativo (HR = 0,413 [95% IC]) em pacientes com alto risco de morte precoce. Aqui, os pesquisadores relatam os resultados das análises de sensibilidade de ACM ajustadas nas variáveis basais e realizadas em um subgrupo de pacientes com AL estágio IV/Mayo2012. 

Para ACM, a taxa de risco e o intervalo de confiança bilateral de 90% (IC) foram estimados a partir dos estratos de randomização, ou seja, estágio MayoI/II vs III/IV, estágio renal I vs II/III, e distância do teste de caminhada de 6 minutos (TC6). As variáveis basais incluíram idade, sexo, raça, etnia, idade no momento do diagnóstico, duração desde o diagnóstico, NT-proBNP (peptídeo natriurético cerebral N-terminal), dFLC (diferença entre cadeia leve livre envolvida e não envolvida), FLC (livre cadeia leve), classe NYHA (New York Heart Association), troponina-T e distância do TC6. Essas variáveis foram adicionadas separadamente ao modelo de regressão de Cox e utilizadas para avaliar o impacto no benefício da sobrevida global. Todas as mortes julgadas antes de 9 meses foram incluídas na análise. Os pacientes que não tiveram eventos foram censurados em 9 meses. 

Dos 260 pacientes inscritos no estudo VITAL, 77 (29,6%) foram caracterizados como estágio IV/Mayo2012 no início do estudo. Cerca de 38 participantes foram randomizados para birtamimabe + tratamento padrão (SOC) e 39 deles para placebo + SOC. Esses pacientes tinham idade média de 64 anos e eram principalmente brancos (93,5%) e do sexo masculino (68,8%). As características demográficas e clínicas da linha de base foram geralmente equilibradas entre os dois grupos de tratamento. Após o ajuste para as principais variáveis demográficas, clínicas e laboratoriais da linha de base, as taxas de risco variaram de 0,336 a 0,465, com todos os limites superiores do IC menores do que 1. 

Dessa forma, birtamimabe é a única terapêutica em investigação que mostrou um benefício de sobrevivência significativo em pacientes com AL estágio IV/Mayo2012. O benefício de sobrevida do birtamimabe foi consistente em todas as principais variáveis basais, incluindo fatores demográficos (idade, sexo, raça, etnia), características clínicas (idade no diagnóstico, duração desde o diagnóstico, classe NYHA, distância do TC6) e parâmetros laboratoriais (NT- proBNP, dFLC, FLC, troponina-T), reforçando os dados finais. O estudo AFFIRM-AL, projetado para confirmar os resultados de VITAL, está atualmente ativo e recebendo inscrições. 

 

Referência:

 GERTZ, M. et al. Survival Benefit of Birtamimab in Mayo Stage IV AL Amyloidosis in the Phase 3 VITAL Study Consistent after Adjustment for Key Baseline Variables .64 th ASH Annual Meeting and Exposition, 2022. 

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