Estudo ALPINE mostra, pela primeira vez, a superioridade do zanubrutinibe em relação ao ibrutinibe, no tratamento de pacientes com Leucemia Linfocítica Crônica/Linfoma Linfocítico de Pequenas Células recidivado ou refratário
Tanto a Leucemia Linfocítica Crônica (CLL) quanto o Linfoma Linfocítico de Pequenas Células (SLL) são caracterizados pela produção exacerbada de linfócitos B anormais. A diferença entre as doenças consiste na localização das células cancerígenas: a CLL apresenta a maioria das células na corrente sanguínea, enquanto a maior parte das células do SLL encontra-se nos linfonodos e no tecido linfoide. De maneira geral, as duas são tratadas como a mesma doença, denominada CLL/SLL.
Apesar do ibrutinibe, um inibidor da tirosina quinase de Bruton (BTKi), ser utilizado como tratamento padrão da CLL/SLL, o medicamento apresenta ações off target que limitam seu uso. Neste contexto, o estudo ALPINE, um ensaio fase 3 randomizado, teve como objetivo comparar a eficácia do ibrutinibe com o Zanubrutinibe, um BTKi de segunda geração que apresenta maior seletividade.
Nesse estudo, pacientes com CLL/SLL recidivados ou refratários, que receberam uma ou mais terapias anteriores e com doença mensurável, foram aleatoriamente distribuídos em dois grupos na proporção 1:1 para receber ibrutinibe ou zanubrutinibe até que houvesse progressão da doença ou toxicidade inaceitável. Foram analisados: sobrevida livre de progressão, sobrevida geral, taxa de resposta geral e segurança.
Após um tempo médio de acompanhamento de 29.6 meses, a sobrevida livre de progressão do grupo zanubrutinibe foi superior ao grupo ibrutinibe (HR: 0.65 [IC 95%, 0.49-0.86]; P=0.0024). Análises de subgrupos de alto risco e análises de sobrevida geral e taxa de resposta geral também demonstraram superioridade do zanubrutinibe.
Em relação à segurança, a taxa de descontinuação do tratamento foi menor no grupo zanubrutinibe em relação ao grupo ibrutinibe (26.3% vs 41.2%), e os principais motivos foram efeitos adversos e progressão da doença.
O estudo ALPINE foi o primeiro a demonstrar superioridade do zanubrutinibe comparado ao ibrutinibe em pacientes com CLL/SLL recidivados ou refratários. Estes resultados sugerem que o zanubrutinibe é mais eficaz e mais bem tolerado por essa população.
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