Este estudo demonstra que a combinação de regorafenibe com melhor tratamento de suporte aumenta a sobrevida global e sobrevida livre de progressão de pacientes com carcinoma gastroesofágico avançado refratário
O prognóstico do carcinoma gastroesofágico avançado (AGOC) em pacientes com recorrência permanece desfavorável e as opções terapêuticos após a segunda linha de tratamento são limitadas devido a falha ou intolerância aos quimioterápicos. Dados anteriores do estudo clínico randomizado INTEGRATIVE, de fase 2, o regorafenibe (Rego), um inibidor de tirosina kinase (TKI) multialvo direcionado a TKs de receptores angiogêncios, estromais e oncogênicos, se mostrou efetivo ao prolongar a sobrevida livre de progressão (SLP) quando comparado ao placebo em diferentes subgrupos de pacientes.
Por essa razão, o estudo INTEGRRIVE IIa de fase 3 foi desenhando para avaliar se Rego levaria a um aumento da sobrevida livre global (SG) de pacientes com AGOC de diferentes regiões e subgrupos. Dessa forma, esse estudo duplo cego e placebo-controle visou comparar o tratamento com Rego + Melhor Tratamento de Suporte (BSC) versus placebo (PBO) + BSC, em randomização 2:1, estratificando os pacientes pela localização tumoral (Junção gastroesofágica versus gástrico), região geográfica (Ásia versus não-Ásia) e utilização prévia de inibidores de VEGF (sim [Y]/não [N]).
Assim, o desfecho primário do estudo foi avaliar a sobrevida global em toda a população estudada. Somado a isso, os autores também propuseram a avaliação agrupada de SG incorporando os dados do estudo INTEGRATIVE fase 2. A taxa de resposta objetiva, SLP, a segurança e a qualidade de vida do tratamento também foram avaliados.
Entre outubro de 2016 e setembro de 2021, 251 pacientes foram recrutados em 5 países distintos sendo 157 dos pacientes de origem asiática (Coréia, Taiwan e Japão). A avaliação de 221 eventos referentes à 250 pacientes resultaram em 80% do poder de predição de SG (HR = 0.67). 169 pacientes receberam o tratamento com Rego + BSC enquanto 82 pacientes receberam PBO + BSC.
A avaliação de SG após 238 eventos em toda a população trouxe uma mediana de SG(em meses) maior para o tratamento com Rego versus PBO de 4,5 versus 4 meses (HR = 0.70, 95% CI: 0.53 – 0.92; p=0.011), sendo a taxa de sobrevida em 12 meses de 19% versus 6%. Em relação a SLP, a mediana também se mostrou maior no grupo que recebeu o tratamento, sendo de 1.8 versus 1.6 (meses) (HR = 0.52; 95% CI: 0.40 – 0.69; p<0.0001). Nenhuma diferença estatística foi observada após o ajustamento pré planejado para multiplicidade entre as regiões (Ásia versus não Ásia) ou outros subgrupos pré-específicos. Sobre a análise multivariada de SG, foi observada uma mediana de 5.0 versus 4.1 (meses) nos grupos tratados com Rego versus PBO, respectivamente (HR =0.69, 95% CI: 0.56 – 0.87; p=0.001). A toxicidade observada para o regorafenibe foi similar ao reportado no estudo anterior INTEGRATIVE, de fase 2.
Através desses resultados, os autores puderam concluir que a administração de Rego com BSC aumenta a sobrevida dos pacientes com AGOC, em relação ao PBO. Assim o estudo fornece uma nova opção de tratamento aos pacientes e criam possibilidades de novas abordagens terapêuticas para estudos combinados.
Importante ressaltar que está em desenvolvimento um estudo internacional randomizado de fase 3 em pacientes com AGOC pré tratados comparando a ação do regorafenibe + nivolumabe em relação à quimioterapia padrão.
Referências:
1 – PAVLAKIS Nick et al. INTEGRATIVE IIa: A randomized, double-blind, phase III study of regorafenib versus placebo in refractory advanced gastro-oesophageal cancer (AGOC) – A study led by the Australiasian Gastro-Intestinal Trials Group (AGITG). J Clin Oncol 41, 2023 (suppl 4; abstr 294)
2 – PAVLAKIS Nick et al Regorafenib for the Treatment of Advanced Gastric Cancer (INTEGRATIVE): A Multinational Placebo – Controlled Phase II Trial. J Clin Oncol, v.34 n.23, p2728-2735, 2016.
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