Análise de subgrupos do estudo CASPIAN: durvalumabe na primeira linha do CPPC estágio extensivo - Oncologia Brasil

Análise de subgrupos do estudo CASPIAN: durvalumabe na primeira linha do CPPC estágio extensivo

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Neste vídeo, Dr. Vladmir Lima, oncologista clínico do A. C. Camargo Cancer Center, comenta sobre a análise do uso de durvalumabe + platina-etoposideo nos subgrupos estratificados, por idade e tipo de platina utilizada, do estudo clínico CASPIAN.  

Esta análise de subgrupo mostrou que os pacientes >70 anos vs. 70 anos obtiveram benefícios semelhantes de sobrevida global, reforçando assim a indicação de durvalumabe em CPPC Ainda, pacientes tratados com cisplatina apresentaram mediana de SG de 14,6 meses, e uma redução do risco de morte de 35%, sem um incremento significativo de toxicidade. Este dado é gerador de hipótese e sugere que cisplatina pode ser uma opção ainda mais eficaz em CPPC avançado. Assista o vídeo e confira a análise do especialista! 

 

CASPIAN é um estudo de fase 3, aberto, randomizado e controlado em 209 centros de tratamento de câncer em 23 países em todo o mundo, incluindo o Brasil. Os pacientes elegíveis tinham 18 anos ou mais e tinham câncer de pulmão de células pequenas em estágio extensivo (CPPC-EE), histologicamente ou citologicamente documentado, com um status de desempenho da OMS de 0 ou 1, sem tratamento prévio. Os dados deste estudo já foram publicados em 2019 e 2021, apresentando o benefício da combinação de durvalumabe (D) + platina-etoposideo (EP) na primeira linha do CPPC-EE. A combinação melhorou significativamente a sobrevida global (SG) versus EP sozinho, e o benefício de SG foi mantido após >3 anos de acompanhamento mediano (HR 0,71; IC95% 0,60 ‒ 0,86; p nominal = 0,0003), com mais de 17% de pacientes vivos neste landmark 

Durante o Congresso ESMO 2022, Dr. Niels Reinmuth apresentou os resultados dos subgrupos de CASPIAN definidos por idade e platina planejada, após um acompanhamento mediano de 39,4 meses. . Os pacientes com CPPC-EE virgens de tratamento receberam 4 ciclos de D+EP Q3W seguidos de manutenção D Q4W até progressão, ou até 6 ciclos de EP Q3W. 

Em análises exploratórias, SG e segurança (seguimento mediano de 39,4 e 25,1 meses, respectivamente) foram avaliados em subgrupos por idade (<70 ou ≥70 anos; subgrupo post-hoc) e subgrupos de platina planejados (cis ou carbo; subgrupo pré-especificados e fator de estratificação). Aqui, vale destacar que CASPIAN foi o único estudo a permitir tratamento com cisplatina, e 25% dos pacientes foram designados para este braço.  

Dos 537 pacientes randomizados para D+EP e EP, 433 (81%) tinham idade <70 anos e 104 (19%) ≥70 anos; 135 (25%) foram designados para receber cis e 402 (75%) para receber carbo. As características do baseline foram geralmente equilibradas entre os braços dentro de cada subgrupo, porém no grupo que recebeu cisplatina haviam mais pacientes asiáticos e com PS 0, em comparação aos pacientes tratados com carboplatina. Mais pacientes receberam cis no subgrupo <70 anos vs. subgrupo ≥70 anos (28% vs 11%). No subgrupo cis, mais pacientes receberam ≥4 ciclos de EP no braço D+EP vs. o braço EP (Tabela). 

Nos subgrupos de idade, a SG mediana no braço D+EP vs. o braço EP foi consistente em pacientes com idade <70 e ≥70 anos, e o benefício da SG foi mantido ao longo do tempo em ambos os subgrupos. No braço D+EP, SG mediana foi numericamente maior no subgrupo cis (IC amplo) vs. subgrupo carbo; O benefício do SG foi mantido ao longo do tempo em ambos os subgrupos. Houve mais eventos adversos (EAs) levando à descontinuação do tratamento no subgrupo cis vs. subgrupo carbo, como mostrado na tabela abaixo: 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os autores concluem que, no estudo CASPIAN, um benefício semelhante de SG foi evidente em toda as idades e subgrupos de platina, sustentado ao longo do tempo e consistente com a população com intenção de tratar. D+EP foi geralmente bem tolerado nos subgrupos analisados. Esses dados apoiam ainda mais o uso de D+EP como padrão de tratamento de primeira linha em CPPC-EE, independentemente da idade ou do agente de platina. 

 

Referências:  

1 – 1530P – Niels Reinmuth et al. Durvalumab (D) + platinum-etoposide (EP) in first-line extensive-stage SCLC (ES SCLC): Effect of age and platinum agent on outcomes in CASPIAN. Annals of Oncology (2022) 33 (suppl_7): S701-S712. 10.1016/annonc/annonc1074. ESMO Annual World Congress – ESMO 2022 

2 – Jonathan W. Goldman, et al. Durvalumab, with or without tremelimumab, plus platinum–etoposide versus platinum–etoposide alone in first-line treatment of extensive-stage small-cell lung cancer (CASPIAN): updated results from a randomised, controlled, open-label, phase 3 trial. The Lancet Oncology, v. 22, n. 1, p. 51-65, 2021. 

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