Apatinibe demonstra ganho de sobrevida global no carcinoma hepatocelular avançado previamente tratado - Oncologia Brasil

Apatinibe demonstra ganho de sobrevida global no carcinoma hepatocelular avançado previamente tratado

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A inibição do VEGFR apresenta atividade antitumoral no carcinoma hepatocelular (CHC) avançado. Nesse sentido, publicação recente na The Lancet Gastroenterology & Hepatology, mostra eficácia da droga em segunda linha em pacientes com CHC avançado.   

Publicado em maio de 2021, o AHELP (NCT02329860), um estudo chinês de fase III, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, avaliou a eficácia e a segurança do apatinibe, um inibidor de tirosina quinase que age seletivamente no VEGFR2 (receptor-2 do fator de crescimento endotelial vascular) em pacientes com carcinoma hepatocelular avançado refratários ou intolerantes a pelo menos uma linha de quimioterapia sistêmica ou terapia alvo prévia.  

Os pacientes foram designados aleatoriamente (2:1) para receber apatinibe 750mg ou placebo por via oral uma vez ao dia em ciclos de 28 dias. A alocação foi estratificada pelo status de desempenho ECOG (ECOG Performance Status), tratamento prévio com sorafenibe e presença de invasão vascular ou metástase extra-hepática. O desfecho primário foi a sobrevida global (SG) e as análises de segurança foram feitas em pacientes que receberam pelo menos uma dose do tratamento do estudo.  

Entre 1 de abril de 2014 e 3 de maio de 2017, 400 pacientes elegíveis foram aleatoriamente designados para receber apatinibe (n = 267) ou placebo (n = 133). A SG melhorou significativamente no grupo apatinibe em comparação ao placebo (mediana de 8,7 versus 6,8 meses; HR 0,785; IC95% 0,617 – 0,998; p = 0,048).  

Ao todo, 387 pacientes (257 no grupo apatinibe e 130 no grupo placebo) tiveram uma avaliação de segurança após o tratamento do estudo e foram incluídos nas análises de segurança. Os eventos adversos de grau 3 ou 4 mais comuns foram hipertensão (28% pacientes no grupo apatinibe versus 2% no grupo placebo), síndrome mão-pé (18% versus nenhum), e plaquetopenia (13% versus 1%). Um total de 24 (9%) pacientes no grupo apatinibe e 13 (10%) no grupo placebo morreram devido a eventos adversos, mas nenhuma dessas mortes foi considerada relacionada ao tratamento pelos investigadores. 

Os autores concluem que o apatinibe aumentou significativamente a sobrevida global em pacientes com carcinoma hepatocelular avançadprétratados em comparação ao placebo, com um perfil de segurança administrável.  

 

Saiba mais: 

Referências:  

  1. Qin S, et al. “Apatinib as second-line or later therapy in patients with advanced hepatocellular carcinoma (AHELP): a multicentredouble-blindrandomised, placebo-controlledphase 3 trial.” The Lancet Gastroenterology & HepatologyAvailable online 8 May 2021.