Estudo PANDA demonstra ganho de sobrevida livre de progressão para FOLFOX + panitumumabe e para 5FU/LV + panitumumabe em primeira linha a pacientes idosos com câncer colorretal metastático RAS-BRAF selvagem - Oncologia Brasil

Estudo PANDA demonstra ganho de sobrevida livre de progressão para FOLFOX + panitumumabe e para 5FU/LV + panitumumabe em primeira linha a pacientes idosos com câncer colorretal metastático RAS-BRAF selvagem

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5FU/LV mais panitumumab por até 12 ciclos, seguidos pela manutenção de panitumumab até a progressão da doença pode ser uma opção razoável em pacientes idosos com CCRm com tumores RAS/BRAF selvagem, merecendo mais investigações em estudos de fase III

PANDA é um estudo prospectivo, de fase 2, multicêntrico e randomizado, que recrutou pacientes com idade ≥70 anos que apresentavam câncer colorretal irressecável ou metastático (CCRm) RAS-BRAF selvagem, previamente não tratados.

Eles foram aleatoriamente designados a receber FOLFOX + panitumumabe (braço A) ou 5-FU/LV + panitumumabe (braço B) por até 12 ciclos, seguidos de manutenção de panitumumabe até progressão de doença.

O desfecho primário foi sobrevida livre de progressão (SLP) em ambos os braços. Os critérios de estratificação foram idade (≤ 75 versus > 75 anos), ECOG PS (0–1 versus 2) e avaliação geriátrica com escore G8 (≤ 14 versus > 14).

Em cada grupo de tratamento, a hipótese nula para SLP mediana foi estabelecida em ≤ 6 meses. Assumindo um tempo médio esperado de SLP ≥ 9,5 meses com os dois esquemas experimentais, uma amostra de 90 pacientes em cada braço concedeu ao estudo um poder de 90%, com uma taxa de erro tipo I igual a 5% (teste unilateral de Brookmeyer-Crowley) para rejeitar a hipótese nula. Nenhuma comparação formal entre os dois braços foi planejada.

De julho de 2016 a abril de 2019, um total de 394 pacientes foram rastreados, 211 foram considerados elegíveis para inclusão e 185 foram randomizados (92 no braço A e 93 no braço B). As principais características dos pacientes nos braços A e B foram, respectivamente: sexo masculino 66% e 61%; idade média de 77 e 77 anos; PS ≥ 1 49% e 55%; cólon direito 23% e 21%; G8 > 14 31% e 30%.

Em um acompanhamento médio de 20,5 meses, 135 eventos de progressão de doença foram verificados (braços A e B: 64 e 71). A SLP mediana foi de 9,6 (IC95% 8,8-10,9) no braço A e 9,1 (IC95% 7,7-9,9) no braço B. As taxas de resposta foram 65% e 57% nos braços A e B, respectivamente.

As toxicidades de grau 3-4 nos braços A e B foram neutropenia (9,8% e 1,1%), diarreia (16,3% e 1,1%), mucosite (9,8% e 4,4%), neurotoxicidade (3,3% e 0%), fadiga (6,5% e 4,4%), erupção cutânea (25% e 24,2%) e hipomagnesemia (3,3% e 7,7%).

Grandes estudos prospectivos randomizados em idosos com CCRm molecularmente selecionados são possíveis com esforços colaborativos multicêntricos. O desfecho primário foi alcançado nos dois grupos de tratamento. 5FU/LV mais panitumumab por até 12 ciclos, seguidos pela manutenção de panitumumab até a progressão da doença pode ser uma opção razoável em pacientes idosos com CCRm com tumores RAS/BRAF selvagem, merecendo mais investigações em estudos de fase III.

Saiba mais:
J Clin Oncol 38: 2020 (suppl; abstr 4002). DOI:10.1200/JCO.2020.38.15_suppl.4002
https://meetinglibrary.asco.org/record/185499/abstract

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