Avaliação do uso de ibrutinibe e venetoclax como primeira linha para o tratamento de Leucemia Linfocítica Crônica e Linfoma Linfocítico de Pequenas Células - Oncologia Brasil

Avaliação do uso de ibrutinibe e venetoclax como primeira linha para o tratamento de Leucemia Linfocítica Crônica e Linfoma Linfocítico de Pequenas Células

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Após 4 anos de acompanhamento, as atualizações do estudo de fase II CAPTIVATE demonstram dados de eficácia e segurança da combinação de ibrutinibe e ventoclax no tratamento de pacientes com LLC e LLPC

 

A terapia de linfomas tem como uma das ferramentas o uso de medicamentos com capacidade de inibir a proliferação de células malignas, como o ibutrinibe (I), um inibidor da proteína quinase de Burton (BTK) e o venetoclax (V), inibidor da proteína BCL-2. O estudo CAPTIVATE, um ensaio clínico multicêntrico de fase 2, investigou o uso associado desses medicamentos como primeira linha de tratamento de pacientes com Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) e Linfoma Linfocítico de Pequenas Células (LLPC). Previamente, os resultados demonstraram uma sobrevida livre de progressão acima de 80% em 3 anos de seguimento. Na 17ª Conferência Internacional sobre Linfoma Maligno (ICML), foram apresentados os resultados atualizados relativos a 4 anos de seguimento da coorte. 

O estudo recrutou 159 pacientes com LLC/LLPC livres de tratamento, que foram submetidos a 3 ciclos (de 28 dias cada) de tratamento com ibrutinibe (420 mg/dia por via oral) como agente único e, em seguida, 12 ciclos de tratamento associando ibrutinibe e Venetoclax (400mg/dia, via oral, após 4 semanas de incremento com 20, 50, 100 e 200mg). A doença residual mínima (DRM) foi avaliada por citometria de fluxo três meses após o término do tratamento. 

Nos quatro anos de seguimento, as melhores taxas de resposta completa e de resposta global reportadas foram, respectivamente, 58% e 96%. Nesse tempo, a sobrevida livre de progressão foi de 79% (IC95%: 71 – 84) e a sobrevida global foi de 98% (IC95%: 94 – 99). A sobrevida livre de progressão foi menor entre pacientes com características de alto risco, como aqueles sem mutação em IGHV (73%, n = 89) ou com deleção em 17p e/ou mutação em TP53 (63%, n = 27). Ainda, a taxa de sobrevida livre de progressão foi maior em pacientes com DRM indetectável após três meses da cessação do tratamento (90%, n = 90) quando comparada a pacientes com DRM detectável (66%, n = 57). As taxas de sobrevida global não variaram significativamente entre os grupos avaliados (96-100%). 

Dessa forma, os resultados demonstram a eficácia do uso de ibutrinibe e venetoclax em regime de administração oral diária para o tratamento de LLC e LLPC em pacientes sem terapia prévia. Os dados do acompanhamento de 4 anos apresentaram que a combinação I + V continuou fornecendo remissões duradouras, com sobrevida livre de progressão, inclusive em pacientes com fatores de alto risco. 

 

Referência

Ghia et al. FIXED-DURATION IBRUTINIB + VENETOCLAX IN CHRONIC LYMPHOCYTIC LEUKEMIA (CLL)/SMALL LYMPHOCYTIC LYMPHOMA (SLL): 4-Y FOLLOW-UP FROM THE FD COHORT OF THE PHASE 2 CAPTIVATE STUDY. Hematological Oncology, Volume 41, Issue S2, p.238-239. Doi: https://doi.org/10.1002/hon.3163_155